Comissão de direitos humanos cobra respostas sobre violência policial no RS

A Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul decidiu questionar o comando da Brigada Militar sobre os altos índices de violência policial no estado. A comissão solicitou uma reunião com o corregedor-geral da corporação para discutir as preocupações com abusos durante as abordagens policiais.
Recentemente, três incidentes chamaram a atenção da mídia e provocaram indignação entre a população gaúcha. Em Santa Maria, um agricultor de 53 anos foi morto em seu galpão, supostamente por estar cortando lenha sem permissão. Esse caso gerou revolta e fez com que muitas pessoas pedissem justiça.
Em Guaíba, região Metropolitana, um homem está internado em estado de coma após ter sido imobilizado com um golpe conhecido como “mata-leão” durante uma abordagem policial. Além disso, um vídeo circulou nas redes sociais mostrando um jovem de 19 anos que foi baleado por um policial enquanto estava imobilizado. O incidente ocorreu em Bom Jesus, na Serra, e na ocasião, foi alegado que o jovem teria reagido com uma faca. Esses casos têm levantado questionamentos sobre os métodos de ação da polícia.
O presidente da comissão, o deputado Adão Pretto Filho, enfatizou que o padrão de violência observado não pode ser considerado uma exceção. Ele destacou que não é aceitável o uso da força letal contra alguém que já está rendido, afirmando que a Brigada Militar deve ter como missão proteger vidas e não as ceifar.
Nesta quinta-feira, ocorreu uma mudança no comando da corregedoria da Brigada Militar. O coronel Vladimir da Rosa foi substituído pelo coronel Rodrigo Assis Brasil Ramos Aro. Apesar dessa troca, o deputado Pretto Filho acredita que é essencial continuar com a pressão para investigar e reduzir a violência policial, especialmente nos casos envolvendo a Brigada Militar.
A comissão exige investigações detalhadas, transparência nas apurações e consequências adequadas para os casos de violência. O deputado afirmó que não aceitarão versões que tentem justificar a morte de pessoas que já estão sob controle da polícia. Ele reforçou que a segurança pública deve respeitar o direito à vida, que é fundamental para todos.