A sentença de morte da sua CNH e a multa de quase R$ 3 mil

A cena é um clássico brasileiro. Um happy hour depois do trabalho, um churrasco no fim de semana, uma festa de aniversário. Você toma uma cerveja, talvez duas. Você se sente perfeitamente bem, sóbrio, em total controle de suas faculdades mentais. A ideia de pegar o carro e voltar para casa parece completamente inofensiva.

No caminho, porém, o terror de todo motorista se materializa: as luzes vermelhas e azuis de uma blitz da Lei Seca piscando no seu retrovisor.

O coração gela. Você sopra o bafômetro e, mesmo se sentindo bem, o aparelho apita. Aquele pequeno nível de álcool, que para você não fez a menor diferença, foi detectado.

É nesse exato momento que uma “sentença de morte” para a sua CNH acaba de ser decretada. O que acontece a seguir não é apenas uma multinha, mas uma cascata de punições severas, um pesadelo burocrático e financeiro que a maioria dos motoristas não conhece em sua totalidade, e que vai muito além do que você imagina.

O ‘nocaute’ imediato: a multa e a perda da CNH na hora

A tolerância no Brasil é zero. Isso significa que qualquer vestígio de álcool no seu organismo já te classifica como um infrator.

A primeira consequência é um nocaute direto no seu bolso e na sua permissão para dirigir.

• A Multa (a facada): A infração por dirigir sob efeito de álcool é gravíssima, mas com um fator multiplicador de 10 vezes. O resultado é uma multa de R$ 2.934,70. E atenção: em caso de reincidência no período de 12 meses, este valor dobra.
• A Perda da Habilitação: Sua CNH é recolhida na hora pelo agente de trânsito. Você não tem mais o direito de dirigir a partir daquele momento.

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A ‘pena’ de 1 ano no banco: a suspensão e a retenção do veículo

Mas o pesadelo está só começando. Além da multa e da apreensão do documento, o processo administrativo que se inicia te coloca “no banco de reservas” por um longo tempo.

• Suspensão do direito de dirigir: Sua CNH ficará suspensa por, no mínimo, 12 meses. Um ano inteiro sem poder dirigir legalmente. Se você for pego dirigindo nesse período, o processo de cassação da sua carteira é iniciado, o que é muito pior.
• Retenção do veículo: No momento da blitz, seu carro fica retido. Ele só será liberado se você apresentar outro motorista, devidamente habilitado e sóbrio, para retirá-lo. Caso contrário, ele é guinchado para o pátio, o que gera ainda mais custos com diárias e remoção.

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A ressurreição: o longo caminho para ter sua CNH de volta

Depois de cumprir o longo ano de suspensão, você acha que basta ir ao Detran e pegar sua carteira de volta? Negativo. A “ressurreição” da sua CNH exige um processo longo e burocrático.

1. Cumpra a pena: Primeiro, você precisa esperar os 12 meses de suspensão terminarem por completo.
2. Pague a dívida: É obrigatório quitar a multa de quase R$ 3.000 e qualquer outro débito pendente do veículo.
3. Volte para a ‘escola’: Você será obrigado a se matricular e ser aprovado em um Curso de Reciclagem para Infratores, com aulas sobre legislação, direção defensiva e primeiros socorros.
4. Solicite a devolução: Só depois de cumprir todas essas etapas é que você poderá, finalmente, solicitar formalmente ao Detran a devolução da sua CNH.

A lição é clara: aquele único copo de cerveja pode se transformar em um dos maiores e mais caros erros da sua vida.