Pense em uma capital do Nordeste. Imediatamente, a imagem que vem à sua mente é a de praias paradisíacas, de coqueiros, da brisa do mar. Fortaleza, Salvador, Recife, Maceió… todas elas são cidades irmãs, abraçadas pelo Oceano Atlântico, e seus cartões-postais são, invariavelmente, suas orlas.
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Mas, e se eu te dissesse que existe uma capital nordestina que é uma “rebelde”? Uma cidade que virou as costas para o mar e decidiu nascer no coração do continente, no meio do sertão?
Uma capital que, por não ter praia, é muitas vezes esquecida nos roteiros turísticos, se tornando um dos segredos mais bem guardados do Brasil.
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E se essa mesma cidade, que parece uma “miragem” improvável no mapa, fosse uma das primeiras cidades planejadas do nosso país, com avenidas largas e um verde que desafia o calor escaldante?
Prepare-se, pois você está prestes a conhecer a história e os encantos de Teresina, a capital do Piauí, a “filha do sol do Equador”.
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Teresina: a capital planejada que nasceu para desafiar o sol
Diferente de suas irmãs litorâneas, que cresceram de forma orgânica ao redor de portos, Teresina foi planejada do zero, em 1852, para ser a nova capital do Piauí. Seu traçado, que lembra um tabuleiro de xadrez, foi pensado para otimizar a circulação de ar.
E sua característica mais marcante, as avenidas extremamente arborizadas, não é um acaso. Foi a solução genial que seus fundadores encontraram para criar corredores de sombra e amenizar o calor, que é, de fato, um dos mais intensos do Brasil.
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O ‘oásis’ dos rios: onde o Parnaíba e o Poti se encontram
Se Teresina não tem o mar, ela tem um espetáculo natural que poucas cidades no mundo possuem: o Encontro dos Rios Parnaíba e Poti.
Os dois rios gigantes se encontram, mas suas águas de cores diferentes não se misturam por um longo trecho, criando uma linha divisória visível e fascinante.
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O melhor lugar para admirar essa “mágica” da natureza é do mirante da Ponte Estaiada, o principal cartão-postal da cidade. Às margens dos rios, o Parque Ambiental Encontro dos Rios oferece um refúgio de natureza e cultura, com trilhas, restaurantes e a famosa estátua do “Cabeça de Cuia”, um personagem do folclore local.
Mas a alma da cidade não é a paisagem, é a sua gente
O que realmente encanta em Teresina, no entanto, é a sua cultura pulsante e a hospitalidade de seu povo. É uma cidade que respira a autenticidade do Nordeste de uma forma que o turismo de massa muitas vezes apaga.
- A Arte Santeira: A cidade é um polo da “arte santeira”, com artesãos que esculpem na madeira imagens religiosas e do folclore nordestino com uma riqueza de detalhes que é reconhecida no mundo todo.
- A Gastronomia Raiz: A culinária piauiense é um tesouro a ser descoberto. Pratos como a Maria Isabel (um arroz com carne de sol e pimentão), a Panelada (um cozido potente com as partes menos nobres do boi) e o doce de caju são sabores que você não encontrará em outro lugar.
Teresina é a prova viva de que a beleza e a riqueza do Nordeste vão muito além do litoral. É uma cidade que, por ter sido “esquecida” pelo turismo tradicional, guardou para si uma alma intacta, um tesouro de cultura, natureza e calor humano, escondido no coração do Brasil.
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