Quais serão os carros líderes em 10 anos? China está construindo cemitério de montadoras

Por um século, o mundo dos carros teve reis incontestáveis. As montadoras alemãs, com sua engenharia precisa. As americanas, com sua força e tamanho. As japonesas, com sua confiabilidade lendária. Volkswagen, Ford, General Motors, Toyota… esses nomes eram sinônimos de poder, donos de um império que parecia inabalável, construído sobre a supremacia do motor a combustão.

Mas, então, o tabuleiro de xadrez virou. O carro, que era uma máquina, começou a se transformar em um “computador sobre rodas”.

E o motor elétrico, uma tecnologia que havia sido derrotada e humilhada pela gasolina há mais de 100 anos, voltou dos mortos para assombrar os antigos reis. Essa mudança não foi apenas uma troca de motor; foi um “reset” completo no jogo, que tornou um século de experiência em pistões e cilindros subitamente menos relevante.

O resultado? O caos. Hoje, vemos gigantes cambaleando, desesperados. A poderosa Volkswagen, que um dia ditou as regras, agora busca alianças na China para tentar tirar o atraso.

A CEO da General Motors, Mary Barra, admitiu publicamente um erro estratégico colossal ao anunciar que pularia os carros híbridos, e foi forçada a voltar atrás. Mercedes, Audi, Volvo… todas estão, silenciosamente, engavetando suas promessas de abandonar a gasolina.

Enquanto os antigos titãs parecem perdidos, uma nova superpotência, que por anos foi motivo de piada, está executando um plano mestre.

O ‘pulo do gato’ chinês: a aposta na eletricidade feita há 20 anos

A história, pouco conhecida, parece um roteiro de filme. Cerca de 20 anos atrás, o governo chinês, ciente de que sua indústria automobilística estava uma geração atrasada em relação às ocidentais, contratou um executivo alemão da Audi para uma consultoria. A pergunta era simples: “como podemos competir?”.

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A resposta do alemão foi brutalmente honesta: “No jogo do motor a combustão, vocês nunca nos alcançarão. A cada passo que vocês derem, nós já teremos dado outro.

A única chance de vocês virarem o jogo é apostar tudo em uma tecnologia onde todos estão começando do zero: o carro elétrico”. E foi exatamente o que a China fez.

O ‘efeito Tesla’ e a ascensão dos novos imperadores

A aposta chinesa foi uma genialidade estratégica. Enquanto o Ocidente continuava aperfeiçoando seus motores a gasolina, a China investia bilhões em baterias, motores elétricos e tecnologia embarcada.

Primeiro, eles viram uma empresa americana de garagem, a Tesla, usar essa mesma lógica para se tornar mais valiosa que a Ford e a GM juntas.

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E, na esteira do “efeito Tesla”, os próprios “imperadores” chineses, como a BYD, surgiram, inundando o mundo com carros elétricos de alta qualidade, cheios de tecnologia e com preços agressivos, pegando as montadoras tradicionais de surpresa.

A profecia do executivo: o ranking mundial de carros em 10 anos

O que o futuro reserva? Ninguém tem uma bola de cristal, mas os sinais são claros e a previsão de quem entende do assunto é assustadora.

Um poderoso executivo brasileiro do setor, que já fez parte do conselho de uma gigante multinacional, foi recentemente questionado sobre como seria o ranking das maiores montadoras do mundo em 10 anos. Sua resposta foi curta, direta e gelada:

“Qual será exatamente a ordem eu não posso prever, mas, com certeza, marcas chinesas estarão no topo desta lista“.

Essa previsão, vinda de dentro do sistema, é talvez o sinal mais claro de que estamos testemunhando o fim de um império e a construção de um novo. O “cemitério” das marcas que não se adaptarem já está com as portas abertas.