Campo Grande registra oito mortes de moradores de rua em 2025

Em Campo Grande, nos primeiros seis meses de 2024, pelo menos oito pessoas em situação de rua perderam a vida. As causas das mortes foram variadas, incluindo atropelamentos, violência, problemas de saúde e até feminicídio. Entre os casos, três pessoas morreram atropeladas, dois deles em um curto intervalo de 48 horas no início de julho. Outros dois faleceram em brigas com facas, uma morte foi atribuída a problemas de saúde relacionados ao uso excessivo de drogas, e outra vítima foi Giseli Cristina Oliskowiski, de 40 anos, que foi assassinada no Bairro Aero Rancho enquanto vivia nas ruas devido à dependência química. Um caso adicional ocorreu em um posto de combustíveis na BR-262, mas as circunstâncias ainda não são completamente claras.
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Essa situação alarmante ocorre em meio a um prazo estipulado pela Justiça. A Prefeitura de Campo Grande deve reformar ou transferir o Centro Pop, que é um espaço dedicado ao acolhimento de pessoas em situação de rua. Se as mudanças não forem implementadas até 6 de setembro, a prefeitura enfrentará uma multa de R$ 10 mil por dia, com um teto máximo de R$ 2 milhões. As condições estruturais do Centro Pop e de outras unidades de acolhimento, como as UAIFAs, foram alvo de investimentos considerados inadequados, apresentando problemas como superlotação, infiltrações, mofo e falta de higiene.
O Ministério Público de Mato Grosso do Sul expressou preocupação com a situação e destacou que muitas pessoas nas ruas preferem essa condição devido à precariedade dos abrigos, onde a falta de segurança e acolhimento pode ser evidente. As ações judiciais tomadas foram um reflexo das tentativas anteriores de resolver a questão de forma extrajudicial, por meio de inspeções e acordos que não surtiram efeito.
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A promotora de Justiça Paula Volpe afirmou que a lei deve ser respeitada para garantir os direitos dessa população vulnerável, que muitas vezes fica invisível à sociedade. As ações estão sendo realizadas de forma rigorosa em resposta aos desafios enfrentados na proteção e assistência a essas pessoas.
Em resposta a essa situação crítica, a Secretaria Municipal de Assistência Social afirmou realizar abordagens diárias através do Serviço Especializado em Abordagem Social, com equipes atuando em todas as regiões da cidade. Essas ações têm como objetivo buscar pessoas em situação de rua, mapear áreas com maior concentração e oferecer acolhimento, embora isso não seja obrigatório. A secretaria explicou que algumas pessoas, apesar de terem residência, escolhem viver nas ruas, seja para complementar a renda ou porque rejeitam o tratamento para dependência química.
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Além disso, a prefeitura admite estar ciente da precariedade das estruturas de acolhimento e já elaborou um plano de ação para a readequação das unidades que necessitam de melhorias. Essa abordagem é crucial para garantir maior segurança e dignidade a uma população que enfrenta grandes desafios diariamente.
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