A camisa herética da Seleção que Xaud cancelou. Por quê?

Era uma proposta ousada. Nos bastidores da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), já se costurava o lançamento de um uniforme completamente fora do padrão histórico da Seleção Brasileira. A ideia de uma camisa vermelha – algo jamais utilizado de forma oficial – movimentou os corredores da entidade e da fornecedora de material esportivo.
Enquanto torcedores discutiam nas redes sociais e rumores ganhavam força, a Nike já havia colocado em produção os primeiros protótipos. Mas bastou um posicionamento firme do novo presidente da CBF, Samir Xaud, para tudo mudar de direção. A proposta, mesmo avançada, acabou vetada antes de ser apresentada ao público.
O caso, claro, ganhou contornos de polêmica e abriu espaço para um debate mais amplo: até que ponto a identidade visual da Seleção deve ser preservada? E o que motivou, de fato, a volta atrás? Os detalhes dessa decisão, e o que ainda pode acontecer com o segundo uniforme, você confere a seguir.

Camisa vermelha: a proposta que quase virou realidade
Pouca gente sabe, mas o uniforme vermelho da Seleção Brasileira não era só uma ideia. A peça já estava sendo fabricada pela Nike, de forma confidencial, com apoio da gestão anterior da CBF. A escolha por essa cor buscava remeter a momentos históricos do futebol nacional, além de alinhar a Seleção com tendências modernas de design.
No entanto, a nova presidência, sob comando de Samir Xaud, não compartilhou da mesma visão. Ao tomar conhecimento do projeto, Xaud rapidamente se posicionou contra a proposta e solicitou a revisão imediata do planejamento. O presidente já havia sinalizado, inclusive em entrevistas, que pretendia preservar os valores tradicionais da Seleção.
A decisão foi oficializada em uma reunião entre representantes da CBF e da Nike. Foi nesse encontro que ficou definido o retorno ao segundo uniforme azul, considerado mais alinhado com a história da equipe. A camisa vermelha, portanto, foi arquivada – ao menos por enquanto.
A escolha também evidencia o peso da gestão atual em decisões simbólicas, como o uniforme. Ainda que a Nike tenha autonomia criativa, ficou claro que a palavra final virá da CBF – especialmente em ano pré-Copa do Mundo.
Bastidores e polêmicas dentro da CBF
A proposta da camisa vermelha não foi bem recebida por todos dentro da entidade. Nos bastidores, houve divergência entre dirigentes sobre a modernização da identidade visual da Seleção. Ednaldo Rodrigues, presidente anterior, havia aprovado a ideia, o que deixou um impasse quando a nova gestão assumiu.
Mesmo após uma nota oficial da CBF descartando a adoção do novo uniforme, a Nike seguia com planos para o lançamento. Isso gerou ruído na comunicação e levou muitos a acreditarem que a camisa ainda seria utilizada em algum momento de 2025.
O mal-entendido só começou a ser esclarecido após o pronunciamento direto de Samir Xaud. Em uma entrevista, ele deixou claro que lutaria para impedir o uso do vermelho, algo que muitos torcedores também viam como uma ruptura com a tradição.
Ainda assim, há quem defenda mudanças. Alguns especialistas em marketing esportivo acreditam que a inovação visual pode atrair novos públicos, especialmente entre os mais jovens. O debate, portanto, segue aberto.
E agora? O que esperar do novo uniforme
Com o veto à camisa vermelha, a Nike e a CBF trabalham juntas para finalizar a nova coleção da Seleção para a Copa do Mundo de 2026. Embora não haja um modelo final, já se sabe que o tradicional amarelo será mantido como primeira opção, e o azul voltará a ser o segundo uniforme.
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Outro ponto em discussão é a marca exibida no uniforme. Segundo informações confirmadas pela CNN, a logo da Jordan, que chegou a ser cogitada, será descartada, dando lugar ao tradicional símbolo da Nike. A decisão vem para reforçar a imagem clássica da Seleção no cenário internacional.
A expectativa é de que a nova linha seja revelada ainda este ano, mas apenas quando houver consenso total entre as partes envolvidas. Até lá, a CBF evita qualquer prévia ou vazamento de informações.
Tudo indica que, apesar das tentativas de modernização, a Seleção Brasileira continuará fiel à sua essência. Para muitos torcedores, essa decisão representa mais do que um gosto estético – é um símbolo da identidade do futebol brasileiro.