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Brasileiros estão fazendo algo INUSITADO com vidro. Qual o objetivo?

Quando pensamos em vidro, logo vem à mente janelas, garrafas ou objetos de decoração. Mas agora, um grupo de pesquisadores brasileiros está mostrando que esse material pode ter um papel completamente diferente — e surpreendente — na agricultura. Um fertilizante feito à base de vidro está prestes a revolucionar a forma como cultivamos alimentos.

O desenvolvimento vem da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a Embrapa, e promete trazer uma solução mais eficiente e sustentável para um dos grandes desafios do agronegócio: o desperdício de nutrientes e os impactos ambientais causados pelos fertilizantes tradicionais.

Com uma tecnologia inovadora, o fertilizante de vidro entrega os nutrientes que as plantas precisam de forma gradual e controlada, minimizando perdas e evitando danos ao meio ambiente. Mas como isso funciona, na prática? É o que vamos entender a seguir.

Brasileiros encontraram uma nova finalidade para o vidro

Como o vidro virou fertilizante e por que ele é tão promissor

O segredo do novo fertilizante está justamente em uma antiga limitação do vidro: sua baixa resistência à umidade. O que antes era um problema, agora se tornou uma solução inteligente.

Com base em vidros especiais que se dissolvem lentamente no solo, os pesquisadores criaram um material capaz de liberar nutrientes de forma controlada, acompanhando o ritmo de absorção das plantas.

Na composição, estão presentes fósforo, potássio, silício, magnésio, boro e cálcio — nutrientes essenciais para o desenvolvimento saudável das lavouras. Como a liberação é lenta, as plantas conseguem absorver muito mais do que com os fertilizantes convencionais, reduzindo o desperdício e a necessidade de reaplicações constantes.

Essa tecnologia não só melhora a eficiência agronômica, como também representa um avanço ambiental importante, já que evita o excesso de nutrientes no solo e a contaminação de rios e lençóis freáticos.

Resultados que superam o NPK convencional

Nos testes realizados até agora, os números impressionam. O fertilizante de vidro apresentou desempenho agronômico até 70% superior aos fertilizantes NPK tradicionais. Isso significa que as plantas conseguiram absorver muito mais nutrientes, aproveitando ao máximo cada aplicação.

Além disso, a liberação prolongada evita problemas comuns como a lixiviação — quando a água da chuva ou irrigação carrega nutrientes para longe das raízes — e a eutrofização de corpos d’água, que prejudica ecossistemas aquáticos.

Mesmo com o custo inicial sendo um pouco mais alto que o dos fertilizantes tradicionais, a maior eficiência e a menor frequência de aplicação podem, no fim das contas, compensar o investimento, tornando a tecnologia viável economicamente.

Um passo para o futuro da agricultura sustentável

A produção do fertilizante de vidro é bastante semelhante à do vidro comum, o que facilita sua adaptação à escala industrial.

Embora, por enquanto, ainda não seja possível incluir nitrogênio e enxofre diretamente na composição devido ao processo de fabricação em altas temperaturas, os pesquisadores já trabalham em técnicas de encapsulamento em biopolímeros para superar essa limitação.

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A expectativa é que o produto chegue ao mercado comercial em um prazo de um a dois anos, abrindo caminho para uma nova geração de fertilizantes de alta eficiência, menor impacto ambiental e maior sustentabilidade para o setor agrícola.

Se a inovação cumprir tudo o que promete, o fertilizante de vidro poderá se tornar um divisor de águas na produção de alimentos, não só no Brasil, mas em diversos países que enfrentam os mesmos desafios no campo.

Diego Marques

Tenho 23 anos e sou de Sobral (cidade onde foi comprovada a teoria da relatividade em 1919), atualmente, estou terminando a faculdade de enfermagem e trabalhando na redação de artigos, através das palavras, busco ajudar o máximo de usuários possíveis.

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