Banco Central permite resgate automático de valores via Pix

O Banco Central anunciou que a partir de terça-feira (27), será possível solicitar de forma automática o resgate de valores esquecidos em bancos por pessoas físicas, através do Sistema Valores a Receber (SVR). Essa mudança visa simplificar o acesso aos recursos, que antes exigiam consultas mensais e pedidos manuais.
Agora, os valores serão transferidos diretamente para a conta do cidadão, contanto que ele tenha uma chave Pix vinculada ao seu CPF e tenha habilitado essa opção no sistema. Para ativar o serviço, é necessário acessar a plataforma do Banco Central utilizando uma conta Gov.br de nível prata ou ouro e realizar a autenticação em duas etapas. É importante lembrar que essa automatização é opcional e exclusiva para pessoas físicas. Aqueles que ainda não possuem uma chave Pix vinculada ao CPF deverão registrá-la com sua instituição financeira antes de utilizarem a nova funcionalidade.
O Banco Central destacou que os créditos ocorrerão sem aviso prévio, mas a transferência automática não será feita caso a instituição financeira não tenha aderido ao termo de devolução via Pix ou se os valores forem de contas conjuntas, que continuarão a exigir pedido manual.
Em 2024, o SVR registrou 73 milhões de consultas, com 25 milhões identificando valores disponíveis e 4,1 milhões resultando em pedidos de devolução. Neste momento, ainda existem cerca de R$ 9,13 bilhões esquecidos nos bancos, sendo R$ 6,9 bilhões de pessoas físicas e R$ 2,1 bilhões de empresas.
Além dessa novidade, o Banco Central também anunciou um serviço preventivo contra fraudes, que deverá ser implementado em dezembro. Por meio do sistema Meu BC, os cidadãos poderão manifestar a vontade de não abrir novas contas bancárias em seu nome. Esse bloqueio poderá ser ativado ou desativado a qualquer momento, com registro das ações e acessos feitos pelos bancos. As instituições financeiras serão obrigadas a consultar essa base de dados antes de permitir a abertura de contas correntes, de poupança ou de pagamento, visando coibir práticas fraudulentas que envolvem uso indevido de identidade.
As instituições terão um prazo de seis meses para se adaptarem a essa nova regra. O Banco Central vai monitorar o cumprimento e pode aplicar punições em casos de descumprimento.
Outras inovações a serem implementadas incluem relatórios sobre consórcios, opções de marcação de chaves Pix e uso de inteligência artificial no atendimento via chatbot. Para 2026, está prevista uma nova versão da calculadora do cidadão, focada no planejamento financeiro pessoal.