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Onça responsável pela morte do caseiro ficará em cativeiro por toda a vida; entenda o motivo

Transferência de onça-pintada após ataque no Pantanal gera debate sobre segurança e conservação

São Paulo – Uma onça-pintada que atacou e matou um caseiro no Pantanal foi transferida na última segunda-feira (19) para o Instituto Ampara Animal, em São Paulo. O animal permanecerá em cativeiro de forma permanente, decisão que gerou discussões sobre a forma de lidar com predadores que atacam seres humanos no Brasil.

A onça, um macho adulto, foi capturada há cerca de 25 dias e estava sob os cuidados do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. O ataque resultou na morte do caseiro conhecido como Jorginho, trazendo grande comoção pela tragédia.

De acordo com Carlos Eduardo Nóbrega, biólogo especializado em vida selvagem, ataques de onças a pessoas são casos extremamente raros. Ele destacou que, ao contrário de leões que podem se habituar a caçar humanos em algumas regiões da África, as onças-pintadas no Brasil não apresentam esse comportamento. “Esse caso é isolado, embora grave,” afirmou.

Não existe um protocolo único que determine como agir em casos de ataques de grandes felinos. A decisão de transferir ou liberar o animal depende de vários fatores, como o contexto do ataque, a proximidade de áreas urbanas e a capacidade de monitoramento por órgãos ambientais, como o Ibama. Em algumas situações, cercamentos e controle de acesso podem ser soluções eficazes para evitar novos conflitos.

No entanto, o impacto emocional e a preocupação da comunidade local foram decisivos para a escolha de manter a onça em um ambiente controlado, afastando qualquer risco à população.

Embora o cativeiro seja considerado uma forma segura de prevenir futuros incidentes, essa não é a solução ideal do ponto de vista da conservação ambiental. A reintrodução em áreas isoladas geralmente é preferida, mas também pode trazer riscos, como confrontos territoriais com outras onças já estabelecidas na região.

No Instituto Ampara Animal, a onça receberá assistências veterinárias regulares, alimentação adequada e será mantida em um espaço que respeita seu comportamento natural, incluindo uma área aquática ampliada, semelhante às condições das regiões alagadas do Pantanal.

Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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