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Celular ladrão está sendo cada vez mais usado e ninguém te avisou

Andar na rua em uma grande cidade brasileira virou um ato de vigilância constante. O celular, que deveria ser nossa janela para o mundo, se tornou também nossa maior vulnerabilidade. Nós o seguramos com força, olhamos para os lados, desconfiamos de qualquer um que se aproxima.

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O medo não é apenas de perder o aparelho, que já custa caro, mas de ter a vida inteira devassada: o acesso ao banco, aos contatos, às redes sociais.

Diante desse cenário de terror, onde só na cidade de São Paulo são roubados mais de 500 celulares por dia, o brasileiro, em sua criatividade para sobreviver, desenvolveu uma estratégia que virou febre: o “celular do ladrão”. A ideia é genial e simples.

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Você deixa seu smartphone caro e principal, com todos os seus dados e aplicativos de banco, seguro em casa. E sai para a rua com um aparelho antigo, mais simples, que serve como “isca”. Se o ladrão levar, o prejuízo é pequeno.

Você se sente esperto, protegido, como se tivesse enganado o sistema. Afinal, sua verdadeira vida digital está a salvo, longe do perigo das ruas.

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Mas, e se eu te dissesse que essa fortaleza de segurança pode ter uma falha fatal? E se o seu “celular do ladrão”, o seu escudo, for na verdade uma bomba-relógio, uma porta dos fundos que pode dar ao criminoso acesso a tudo, mesmo à distância?

O ‘elo fraco’: o perigo de usar um celular antigo e desatualizado

O erro que 99% das pessoas cometem ao adotar essa estratégia é o mesmo: pegar aquele celular velho, que está jogado na gaveta há cinco anos, e colocá-lo para jogo. Mas, um celular que não recebe mais as atualizações de segurança do Google (Android) ou da Apple (iOS) é um convite para o desastre.

Ele é um “elo fraco”, cheio de brechas de segurança já conhecidas por hackers e golpistas. Mesmo sem o app do seu banco instalado, se o criminoso tiver acesso a um celular vulnerável com seu chip e seu WhatsApp, ele pode iniciar processos de recuperação de senha de outros serviços, como seu e-mail, e a partir daí, o estrago pode ser enorme.

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A ‘fortaleza’ e a ‘isca’: o manual para configurar seus dois celulares

Para que a estratégia do “celular do ladrão” funcione de verdade e não seja um tiro no pé, ela precisa ser executada com inteligência. Pense em uma operação de segurança com dois níveis:

  • Seu Celular Principal (A Fortaleza):
    • Deve ficar em casa sempre que possível.
    • Precisa ter todas as camadas de segurança ativadas: senha forte de bloqueio, biometria e, o mais importante, autenticação de dois fatores em TODOS os aplicativos sensíveis (banco, e-mail, redes sociais).
  • O ‘Celular do Ladrão’ (A Isca Inteligente):
    • Não instale aplicativos de banco, corretoras ou cartões de crédito. Nenhum.
    • Use uma conta do Google ou da Apple secundária, criada apenas para este aparelho. Não use sua conta principal.
    • Tenha apenas o essencial para o dia a dia na rua: WhatsApp, um aplicativo de transporte (Uber/99) e um de mapas (Waze/Google Maps).
    • Use um aparelho que, de preferência, ainda receba atualizações de segurança.

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Mas e se o ladrão levar o celular certo? A última camada de proteção

Nenhuma estratégia é 100% infalível. Você pode se distrair e acabar levando o celular principal para a rua no dia errado. Por isso, a última camada de proteção, para quem pode investir um pouco mais, é um bom seguro para o celular. Mas atenção: não pode ser qualquer seguro.

É preciso que a apólice tenha cobertura específica contra transações indevidas realizadas por terceiros após o roubo. Muitas apólices básicas cobrem apenas o aparelho, e não o prejuízo financeiro dos golpes. Verifique as letras miúdas, pois essa pode ser a proteção final que vai te garantir a paz de espírito.

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Rodrigo Campos

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

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