CPI solicita MPT diante de denúncias sobre transporte coletivo

CPI Investiga Condições de Trabalho no Consórcio Guaicurus e Aciona Ministério Público
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Coletivo de Campo Grande está investigando o Consórcio Guaicurus após ouvir relatos de ex-funcionários que apontam para violações trabalhistas e condições precárias de trabalho. Em depoimentos realizados nesta quarta-feira (11), os vereadores destacaram a gravidade das acusações, incluindo jornadas de trabalho excessivas e ambientes inadequados.
Os vereadores decidiram encaminhar os relatos ao Ministério Público do Trabalho (MPT) para que sejam tomadas as devidas providências. O presidente da CPI, vereador Dr. Lívio Leite (União Brasil), afirmou que as denúncias são indícios significativos de problemas que precisam ser abordados no relatório final da Comissão.
A vereadora Luiza Ribeiro (PT) chamou a atenção para a diferença entre as práticas do Consórcio Guaicurus e aquelas adotadas em empresas de transporte em outras capitais. Ela ressaltou que, enquanto em algumas localidades os trabalhadores recebem treinamentos mais humanizados, em Campo Grande a realidade é de superexploração. Luiza enfatizou que os relatos indicam jornadas extensas, ambientes de trabalho inadequados e pressão psicológica, alertando que tais condições afetam a qualidade do serviço oferecido à população.
Os vereadores lembraram que a responsabilidade pela fiscalização das condições de trabalho recai sobre a Prefeitura de Campo Grande, que contratou o consórcio. “As cláusulas do contrato não permitem a exploração dos trabalhadores, o que é uma violação da legislação. Isso coloca em risco tanto os funcionários quanto os passageiros”, afirmou a vereadora.
A CPI aprovou, por unanimidade, o encaminhamento dos depoimentos ao MPT, destacando a falta de ação por parte da prefeitura. “Já que a prefeitura não toma providências adequadas, nós como CPI devemos agir”, declarou Luiza.
A próxima etapa da investigação será crucial, com a convocação de figuras-chave da gestão do Consórcio Guaicurus, como o ex-diretor administrativo João Resende e o atual dirigente, senhor Themis. Os vereadores esperam obter informações adicionais sobre a gestão financeira do consórcio, incluindo as questões relacionadas à bilhetagem e à condição da frota.
Desde o início das investigações, o Consórcio Guaicurus não se manifestou oficialmente sobre as denúncias e já foi convocado a comparecer à Comissão para prestar esclarecimentos sobre os fatos.
As informações coletadas e os desdobramentos futuros serão fundamentais para determinar as responsabilidades e eventuais ações corretivas que podem ser necessárias no transporte coletivo da cidade.