Onça que atacou caseiro consome quilos de carne e peixe: “Só deixou a cabeça”
Uma onça-pintada, considerada debilitada e abaixo do peso, está em tratamento no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. O animal se envolveu em um trágico incidente em que um caseiro, Jorge Ávalo, de 60 anos, foi morto. Para sua recuperação, a onça está recebendo uma dieta rica em proteínas.
Diariamente, o felino é alimentado com cerca de 7 quilos de carne, que pode incluir peixe, frango ou carne bovina. Na última segunda-feira, o boletim médico indicou que ela consumiu toda a refeição, com exceção de uma cabeça de peixe. Tradicionalmente, as onças-pintadas, que são carnívoras, não se alimentam todos os dias na natureza, mas quando caçam, ingerem grandes quantidades de carne, variando entre 35 e 40 quilos semanalmente.
Quando a onça chegou ao centro na última quinta-feira, pesava 94 quilos, um peso consideravelmente abaixo do normal para um animal da sua espécie, que deveria pesar cerca de 120 quilos. Entretanto, os veterinários relataram que o animal tem se alimentado bem e não tem rejeitado nenhuma das refeições oferecidas.
No quarto dia de internação, a onça mostrou-se reativa na presença de humanos e tentou demonstrar comportamento agressivo. Embora esteja na fase de recuperação, ela permanece alerta e consciente. Exames realizados indicaram algumas alterações no fígado e nos rins, mas não há evidências claras de insuficiência renal ou hepática neste momento. No entanto, médicos observaram inflamações no sistema digestivo, conhecidas como gastroenterite, e estão aguardando novos resultados para investigar possíveis causas infecciosas. Um exame de sangue revelou também uma leve anemia.
Após sua recuperação, a onça não deve retornar à área de mata de onde foi capturada, três dias após o fatídico ataque. O plano é transferi-la para um local permanente ou provisório, uma vez que seus exames apresentarem resultados estáveis e a desidratação for revertida. Essa abordagem busca garantir a segurança do animal e da população local.
