O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revogou recentemente a proibição que impedia os réus do Núcleo 1 da trama golpista de se comunicarem. Essa decisão foi tomada após a conclusão dos depoimentos do ex-presidente Jair Bolsonaro, do general Walter Braga Netto e de outros seis acusados no caso.
Antes da revogação, os réus estavam proibidos de manter contato durante a fase de instrução do processo. Com o término dos interrogatórios, Moraes avaliou que a medida não era mais necessária. Além disso, o ministro deu um prazo de cinco dias para que as defesas dos réus apresentem pedidos complementares ou requisitem novas investigações.
Os interrogatórios que ocorreram em dois dias foram fundamentais para este processo penal. Neles, Moraes ouviu os réus que fazem parte do que é considerado o “núcleo crucial” da organização que supostamente tramou um golpe. Os réus incluem figuras importantes como Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator, e Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Também foram ouvidos Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal; Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); além de Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto, ambos ex-ministros da Defesa, e Jair Bolsonaro, que foi presidente da República.
A expectativa é de que o julgamento, que pode resultar na condenação ou absolvição do ex-presidente e dos demais réus, ocorra no segundo semestre deste ano. Essa fase final do processo é considerada uma das mais importantes, pois definirá o futuro legal dos envolvidos.
