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Moraes ameaça encarcerar ex-deputado durante audiência sobre a ação do golpe

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, fez uma advertência ao ex-deputado federal Aldo Rebelo durante uma audiência realizada na última sexta-feira, 23 de junho. A audiência faz parte do processo que investiga o suposto golpe de Estado coordenado por membros do governo anterior, e Rebelo foi chamado como testemunha em defesa do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier.

Durante a oitiva, que ocorreu por videoconferência, Moraes pediu que Aldo Rebelo respondesse com clareza às perguntas formuladas. No entanto, o ex-deputado se manifestou contra o que considerou censura, o que levou o ministro a ameaçá-lo com prisão por desacato, caso não mantivesse o comportamento adequado. Felizmente, após esse momento tenso, a audiência prosseguiu sem mais incidentes.

O depoimento de Aldo Rebelo envolve uma reunião que ocorreu em 2022, na qual Garnier supostamente teria discutido a possibilidade de medidas excepcionais caso o então presidente Jair Bolsonaro decidisse declarar estado de sítio ou uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). A investigação sugere que Garnier estava disposto a colocar a Força Armada à disposição de Bolsonaro.

Durante a audiência, Aldo comentou sobre “força de expressão” na língua portuguesa, o que provocou a reprimenda do ministro Moraes, que questionou a capacidade de Rebelo de avaliar a situação, já que ele não estava presente na reunião em questão.

Os depoimentos seguidos por outros cidadãos indicados como testemunhas devem ocorrer entre os dias 19 de maio e 2 de junho. Depois de ouvir as testemunhas, o STF convocará Jair Bolsonaro e os outros réus para prestar esclarecimentos, mas a data para esses interrogatórios ainda será definida.

Os réus, conhecidos como núcleo 1 da suposta trama golpista, incluem oito pessoas: Jair Bolsonaro, ex-presidente da República; Walter Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice-presidente em 2022; o general Augusto Heleno; Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e Mauro Cid, que foi ajudante de ordens de Bolsonaro e se tornou delator. Todos eles têm suas denúncias aceitas por unanimidade pelo STF desde 26 de março.

Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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