Mobilização social é essencial para políticas ambientais, afirma Marina.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, anunciou nesta terça-feira (6) que a 5ª Conferência Nacional de Meio Ambiente, realizada após quase 12 anos, simboliza a volta do controle e da participação da sociedade nas políticas ambientais do país. Durante a abertura do evento em Brasília, ela destacou a importância da mobilização social na criação e implementação de políticas públicas.
Com o tema “Emergência Climática e o Desafio da Transformação Ecológica”, a conferência aborda cinco áreas-chave: Mitigação, Adaptação e Preparação para Desastres, Justiça Climática, Transformação Ecológica e Governança e Educação Ambiental. Até o dia 9 de maio, grupos organizados dentro de cada eixo estarão debatendo propostas originadas em encontros anteriores.
As etapas que antecederam a conferência contaram com a participação de 2.570 municípios, abrangendo 439 conferências municipais, 179 intermunicipais e 287 conferências livres. Aproximadamente 1.500 delegados estão presentes em Brasília para a etapa final, dos quais 56% são mulheres, além de significativa representação de pessoas negras e grupos indígenas e tradicionais.
Cerca de 100 propostas serão utilizadas como base para a formulação de políticas públicas, incluindo a atualização da Política Nacional sobre Mudança do Clima e a criação do Plano Clima.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, também participou da abertura do evento e enfatizou a necessidade de ouvir as propostas apresentadas, destacando o compromisso do governo do presidente Lula com as questões ambientais. Ele mencionou que a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) será realizada no Brasil em seis meses, reunindo 196 países e que representará um marco importante para as ações climáticas globais.
Marina Silva ressaltou que a COP30 deve abordar compromissos como a duplicação da energia renovável e a transição para o fim do desmatamento e do uso de combustíveis fósseis. Ela criticou a interrupção das políticas públicas nos últimos anos e reafirmou o compromisso do atual governo com as metas de redução das emissões de gases de efeito estufa, que afetam drasticamente o clima do planeta.
A ministra citou objetivos claros, como a redução do desmatamento até 2030 e a diminuição das emissões de gás carbônico entre 59% e 67% no Plano Clima, alinhando-se com as metas globais de controle de temperatura até 2035 e ressaltou que a COP30 será liderada pelo exemplo do Brasil.