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Hungria pode se livrar do orbánismo na próxima primavera

Péter Magyar, o jovem e dinâmico líder da oposição na Hungria, está se destacando como um forte concorrente ao primeiro-ministro Viktor Orbán, cujo governo tem gerado crescente insatisfação. O partido de Magyar, chamado Tisza, está liderando as pesquisas com uma vantagem de 5% a 10% sobre o partido Fidesz de Orbán, o que indica uma possível mudança no cenário político húngaro antes das eleições previstas para abril do próximo ano.

Um dos fatores que contribuiu para o sucesso de Magyar foi sua capacidade de mobilizar a população. Ele criou uma rede de clubes comunitários, conhecidos como “Ilhas Tisza”, onde as pessoas se reúnem para discutir questões políticas e sociais. Além disso, Magyar tem percorrido o país, incluindo pequenas vilas, angariando apoio e elevando a conscientização sobre seu movimento.

As falhas de Orbán se tornaram ainda mais evidentes diante do crescimento de Magyar. Um exemplo foi sua recente participação na eleição presidencial da Romênia, onde elogiou um candidato de direita que possui um histórico de declarações anti-húngaras. Esse erro foi rapidamente aproveitado por Magyar, que expressou solidariedade à minoria húngara na Romênia realizando uma caminhada de aproximadamente 185 milhas entre Budapeste e Oradea, atraindo a atenção e o apoio da população.

Outra questão que gerou protestos massivos foi a aprovação de uma lei que proíbe eventos LGBTQ+, incluindo a parada do Orgulho em Budapeste. Essa medida, aguardada como parte de uma estratégia de Orbán para desviar a atenção de suas falhas, na verdade provocou uma reação contrária. Milhares de pessoas marcharam nas ruas, desafiando a proibição e demonstrando crescente resistência ao regime de Orbán.

A atmosfera na Hungria agora é diferente. Mais pessoas se sentem à vontade para criticar Orbán abertamente, e termos como “estado mafioso” têm passado a fazer parte das conversas públicas. A imagem de autoridade de Orbán, antes sólida, começa a se desgastar, refletindo uma crise de legitimidade em seu governo.

Diante disso, a retórica do governo tornou-se mais agressiva. Orbán, durante um discurso em um feriado nacional, fez ameaças diretas à oposição e usou termos que muitos consideram antissemitas, aumentando as preocupações sobre o futuro político do país.

A situação atual gera incertezas sobre as eleições de junho de 2024. Quatro cenários são possíveis: uma vitória clara de Orbán, uma eleição contestada com fraudes, uma vitória estreita do Tisza que não garante um governo estável ou uma vitória esmagadora de Magyar, que poderia reformular completamente o sistema político húngaro.

Apesar de Orbán ter uma base sólida e estratégias de controle em seu favor, a popularidade do governo está em declínio. A inércia política que permitiu a permanência de Orbán está começando a se dissipar, dando espaço para uma nova esperança de mudança liderada por Magyar e seu partido. A possibilidade de uma nova fase na história da Hungria está em aberto, enquanto a população cada vez mais critica o status quo e busca alternativas ao regime atual.

Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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