Óleo e gás dominam concessões de licenças ambientais no Ibama

No segundo dia da Navalshore 2025, evento realizado no Rio de Janeiro, os debates giraram em torno da descarbonização, transição energética e licenças ambientais. O encontro, que acontece entre profissionais da indústria naval e offshore, foi uma oportunidade para discutir soluções práticas aplicadas no setor.
O coordenador-geral de Licenciamento Ambiental de Empreendimentos Marinhos e Costeiros do Ibama, Itagyba Alvarenga Neto, destacou que o setor de óleo e gás liderou a emissão de licenças e autorizações nos últimos anos. Ele enfatizou a importância do trabalho do Ibama, que tem buscado respostas rápidas e eficazes no licenciamento ambiental, embora ainda enfrente desafios, como a escassez de funcionários, as mudanças climáticas e a falta de planejamento em políticas públicas.
Fábio Vasconcellos, diretor da Associação Brasileira das Empresas de Navegação Interior, trouxe à discussão a logística e sua relação com a aprovação de licenças. Segundo ele, o Brasil ainda não aproveita bem sua vocação logística por causa das dificuldades para obter essas aprovações. Ele comparou as redes fluviais do Brasil com as da Europa e dos Estados Unidos, ressaltando a necessidade de investimentos em infraestrutura para melhorar o setor.
Na Região Norte do Brasil, Vasconcellos destacou que a frota fluvial avançou consideravelmente, com um aumento de 118% no número de balsas e 72% em rebocadores entre 2010 e 2020, mostrando um potencial para desenvolvimento e geração de renda.
Flávio Gabina, gerente-executivo de Engenharia e Manutenção de Navios da Transpetro, falou sobre a descarbonização como uma prioridade, afirmando que a inovação é uma necessidade estratégica. Os novos navios da Petrobras estão sendo projetados com tecnologias modernas, como sistemas de conexão de energia em terra e a possibilidade de uso de etanol como combustível alternativo.
O evento encerrará na quinta-feira (21), com discussões sobre as oportunidades que o estado do Rio de Janeiro oferece para a indústria naval e offshore, focando em financiamentos disponíveis para o desenvolvimento de projetos estratégicos.