Especialista chama atenção para a importância de prevenir infecções respiratórias em crianças

Alerta sobre Infecções Respiratórias em Crianças
Com a queda nas temperaturas e o aumento na circulação de vírus respiratórios, as infecções respiratórias em crianças estão se tornando uma preocupação crescente, especialmente em relação ao vírus sincicial respiratório (VSR). Desde o início do frio, já se observa um aumento em doenças como bronquiolite e pneumonia, que são frequentemente causadas por esse vírus.
A Saúde Infantil em Foco
O Dr. Werther Brunow de Carvalho, pediatra do Hospital Santa Catarina Paulista, destaca que entre março e junho, as crianças estão suscetíveis a várias infecções virais. As mais comuns incluem bronquiolite, pneumonia viral, pneumonia bacteriana e infecções mais leves das vias aéreas superiores. É crucial que os pais fiquem atentos, especialmente em crianças com menos de dois anos e, mais especificamente, em bebês prematuros, que podem ser mais afetados pelo VSR. Este vírus tem circulado intensamente no Brasil, mesmo fora do inverno, levando a um aumento significativo das doenças respiratórias.
O último boletim do InfoGripe, divulgado recentemente, indica que as crianças e adolescentes até 14 anos são os mais impactados por síndromes respiratórias agudas graves (SRAG), especialmente devido ao VSR, ao rinovírus, e outras infecções, como a gripe e a covid-19. Com isso, o número de internações entre as crianças está em alta, principalmente nas que têm até dois anos de idade. Para evitar a propagação dos vírus, a Fiocruz recomenda que crianças com sintomas gripais fiquem em casa e usem máscaras em ambientes fechados.
Sintomas e Cuidados Necessários
Os sintomas do VSR se assemelham aos de um resfriado comum, incluindo tosse, congestão nasal e coriza. Esses sintomas costumam durar entre três e quinze dias. No entanto, é importante ficar atento a sinais mais graves, como dificuldade para respirar. O Dr. Werther enfatiza que, como os sintomas iniciais são comuns, é fundamental que um médico examine a criança para evitar complicações sérias, como pneumonia.
Além dos sintomas citados, outros sinais que exigem atenção dos pais incluem febre alta e dificuldade para se alimentar, especialmente entre o terceiro e o quinto dia da infecção. Bebês com menos de seis semanas de idade também estão em risco de apneia, exigindo cuidado redobrado.
O especialista reforça que, se a tosse piorar a ponto de a criança não conseguir dormir ou se o peito estiver se movendo de forma ofegante, é necessário buscar atendimento médico imediatamente. Muitas crianças com bronquiolite podem ser tratadas em casa com medidas simples, como a aspiração das secreções nasais e a elevação da cabeceira da cama. Em casos mais graves, pode ser necessária a internação em hospitais, possivelmente em UTI.
Novas Vacinas e Tratamentos
Recentemente, o Ministério da Saúde anunciou a inclusão da vacina Abrysvo contra o VSR no Sistema Único de Saúde (SUS). Essa vacina é direcionada a gestantes entre a 24ª e a 36ª semana de gestação, com o objetivo de transferir anticorpos para o bebê ainda na gravidez, assim protegendo aproximadamente 2 milhões de recém-nascidos.
Além disso, o anticorpo monoclonal nirsevimabe se mostrou seguro e eficaz para bebês prematuros e crianças com fatores de risco, como doenças cardíacas graves, pulmonares e imunodeficiências. Esse tratamento previne que o vírus se multiplique no organismo, oferecendo proteção durante a época em que o VSR circula.
Medidas de Prevenção
Para diminuir o risco de infecções respiratórias, o Dr. Werther recomenda medidas simples, como manter os ambientes arejados, reforçar a higiene das mãos, garantir que as crianças estejam bem hidratadas e evitar mudanças bruscas de temperatura. Manter o calendário vacinal em dia, adotar hábitos alimentares saudáveis e praticar a etiqueta respiratória — como cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar — são ações fundamentais na proteção da saúde das crianças. Essas práticas ajudam a garantir um ambiente mais seguro e saudável durante a temporada de infecções respiratórias.