“Escolas de lona”: servidores abrem canais para prevenir alagamentos em escola indígena no interior de Roraima

Professores enfrentam alagamentos em escola indígena de Roraima
Professores e funcionários da Escola Estadual Indígena Riachuelo, localizada na Comunidade Indígena Sucuba, em Alto Alegre, tomaram a iniciativa de abrir pequenas valas para evitar o alagamento da unidade escolar. A ação foi necessária devido às chuvas intensas que causaram infiltrações nas salas de aula.
Essa escola é um dos diversos estabelecimentos que utilizam uma estrutura temporária conhecida como “escolas de lona”, composta por tendas e lonas, como alternativa durante o período de reforma. Profissionais da educação relataram que, ao encontrarem as salas alagadas, decidiram agir para melhorar a drenagem da água e garantir a continuidade das aulas.
Um dos envolvidos na ação gravou um áudio compartilhado na internet, explicando: “Esse aqui é o registro do trabalho que fizemos ontem para tentar melhorar a questão da drenagem e não deixar mais as nossas salas alagarem.”
As “escolas de lona” são uma solução adotada pelo governo estadual para minimizar os impactos das reformas nas escolas. Porém, a estrutura tem gerado diversas queixas. Por exemplo, no Colégio Militarizado Wanda David Aguiar, no bairro Raiar do Sol, os alunos frequentemente enfrentam interrupções nas aulas devido à água da chuva que invade as salas.
Na Escola Estadual Teresa Parodi, os alunos reclamam do calor excessivo, da fragilidade da estrutura e do barulho. Na Escola Estadual Francisco Ricardo Macedo, em São João da Baliza, episódios de vento forte já causaram danos nas instalações, como a perda de forros em setembro de 2023. Além disso, os alunos ficaram sem aulas devido ao superaquecimento na rede elétrica.
Em resposta às preocupações sobre a infraestrutura educacional, a Secretaria de Estado de Educação e Desporto (Seed) informou que a Escola Estadual Indígena Riachuelo está passando por reformas. Um dos blocos da escola já está concluído, enquanto os demais seguem em fase de obras, conforme o cronograma.
A Seed destacou que as salas de aula atualmente em uso são temporárias, instaladas para garantir que as atividades escolares não sejam interrompidas durante as reformas. A secretaria também relatou que, devido ao volume de chuvas, a empresa responsável pela reforma implementou cinco drenos para facilitar o escoamento da água e reduzir os impactos nas salas.
Além disso, um departamento da Seed acompanha a situação no local e se compromete a garantir qualidade na infraestrutura das escolas, incluindo aquelas nas comunidades indígenas.