segunda-feira, 01 de dezembro de 2025
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Censo 2022 revela que mulheres estudam mais, mas ganham menos

Editorial Noroeste
Editorial Noroeste EM 11 DE OUTUBRO DE 2025, ÀS 11:30
Censo 2022 revela que mulheres estudam mais, mas ganham menos
Censo 2022 revela que mulheres estudam mais, mas ganham menos

As informações do Censo 2022, divulgadas recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam dados preocupantes sobre a presença e os rendimentos das mulheres no mercado de trabalho brasileiro. Apesar de representarem 52% da população geral, as mulheres ocupavam apenas 43,6% da força de trabalho em 2022. Este número reflete que, enquanto 62,9% dos homens com 14 anos ou mais estavam empregados, apenas 44,9% das mulheres estavam no mercado.

A pesquisa também mostrou que, em algumas áreas específicas, as mulheres são maioria. Elas predominam entre os profissionais das ciências, intelectuais, trabalhadores de apoio administrativo e nos setores de serviços, comércio e vendas. No entanto, seu número é inferior em áreas como a operação de máquinas, montagem e nas forças armadas, policiais e bombeiros. Um dado que chama a atenção é que 93,1% dos trabalhadores em serviços domésticos são mulheres, assim como mais de 70% nos setores de saúde e educação.

A disparidade salarial entre os gêneros é outro ponto destacado pela pesquisa. A renda média dos homens chegou a R$ 3.115 mensais, enquanto as mulheres recebem, em média, R$ 2.506. Essa diferença se acentua com o grau de instrução. Para trabalhadores com ensino superior completo, os homens ganham, em média, R$ 7.347, ao passo que as mulheres recebem cerca de R$ 4.591 — cerca de 60% do salário masculino.

Além das diferenças de gênero, a pesquisa também destacou disparidades de renda entre grupos raciais. Os trabalhadores indígenas tiveram a menor renda mensal, com apenas R$ 1.653. Os trabalhadores pretos receberam R$ 2.061, enquanto os trabalhadores da cor ou raça amarela atingiram a média de R$ 5.942 e os brancos, R$ 3.659.

No geral, as populações pretas, pardas e indígenas apresentam rendimentos inferiores em comparação com brancos e amarelos, independentemente do nível de escolaridade. Para trabalhadores com ensino superior, a situação se agrava: indígenas ganham menos da metade do que os trabalhadores amarelos, recebendo R$ 3.799 em média contra R$ 8.411. No caso dos pretos, a média é de R$ 4.175, enquanto os brancos recebem R$ 6.547.

Por fim, a análise do grau de instrução revelou que brancos e amarelos têm maior proporção de pessoas com ensino superior em comparação aos trabalhadores pretos, pardos e indígenas. No caso dos indígenas, 34,7% dos trabalhadores não completaram o ciclo educacional básico, e apenas 12,4% terminaram o ensino superior.

Esses dados ressaltam a necessidade de políticas públicas efetivas para promover a igualdade de gênero e raça, garantindo melhores oportunidades e rendimentos para todos no mercado de trabalho.

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