Acampamento Terra Livre: Movimento Indígena de Roraima promove a quinta edição da mobilização em defesa dos povos nativos.

Mobilização Indígena em Boa Vista: Acampamento Terra Livre
Durante cinco dias, lideranças e representantes de mais de 11 comunidades indígenas de Roraima se reúnem em Boa Vista para a quinta edição do “Acampamento Terra Livre”. A mobilização ocorre na Praça Ovelário Tames Macuxi, no Centro Cívico da capital, a partir desta segunda-feira, 5 de maio.
O principal objetivo do evento é protestar contra a Lei nº 14.701/2023, conhecida como Lei do Marco Temporal. Essa legislação é vista como uma ameaça aos direitos territoriais dos povos indígenas. Além disso, o movimento busca denunciar a atuação da Câmara de Conciliação, que foi criada pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e que, segundo os organizadores, tem dificultado a defesa dos interesses dos povos originários.
Outro tema importante a ser discutido durante a mobilização é o descaso com a saúde indígena. As comunidades têm sofrido com a falta de gestão no Distrito Sanitário Especial Indígena Leste de Roraima (DSEI-Leste) nos últimos dois meses, o que tem prejudicado gravemente o atendimento médico e as condições de saúde das populações indígenas.
A mobilização também abordará a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 48, apresentada pelo senador Hiran Gonçalves, e a discussão sobre mineração em terras indígenas, que representa um risco significativo aos direitos territoriais dos povos indígenas.
O evento espera reunir mais de seis mil participantes, incluindo mulheres, jovens e líderes das diversas comunidades. Estão previstas a participação de delegações das regiões:
- Baixo Cotingo
- Serra
- Alto Cuamé
- Surumu
- Tabaio
- Amajari
- Wai Wai
- Yanomami
- Murupu
- Serra da Lua
- Raposa
Durante o Acampamento, haverá uma feira de artesanato e apresentações de danças tradicionais. Além da manifestação em Boa Vista, as comunidades indígenas estarão realizando atos, debates e palestras simultaneamente.
Felipe Valério, uma das lideranças envolvidas na organização, destacou a importância da mobilização: “Estamos nos preparando para mais essa mobilização, que é fundamental para nós. Não podemos ver nossos direitos sendo violados e ficar parados. Precisamos lutar por tudo e por todos.”