Na Alesp, residentes do Moinho relatam ausência de plano de moradia do governo Tarcísio e garantem luta por novas moradias.

Na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), moradores da favela do Moinho expressaram preocupação com a falta de um plano de moradia enquanto enfrentam remoções. Durante uma audiência pública, a líder comunitária Alessandra Moja Cunha questionou a situação, afirmando que o governo de Tarcísio de Freitas não apresentou um plano de reassentamento para as famílias que estão sendo deslocadas.
Cunha destacou que as negociações necessárias para discutir a situação foram ignoradas. Ela relatou uma ameaça do governo, dizendo que se não assinarem os papéis, enfrentarão a remoção forçada. “Vamos lutar por nossa moradia”, declarou, ressaltando a determinação da comunidade.
A deputada estadual Paula Nunes, durante uma entrevista, afirmou que as soluções habitacionais propostas pelo governo são insuficientes. O governo ofereceu três cartas de crédito, de R$ 250 mil, R$ 230 mil e R$ 200 mil, mas essas opções obrigariam as famílias a se comprometerem com financiamentos de até 30 anos. Além disso, informaram que existem apenas 110 unidades habitacionais disponíveis para quase 800 famílias do Moinho. Para tentar amenizar a situação, o governo também oferece um auxílio-aluguel de R$ 800 por um ano, mas moradores relataram que os aluguéis na região central ultrapassam esse valor.
Nunes criticou a abordagem do governo, destacando a precariedade do auxílio e a falta de uma política habitacional sólida. Outro deputado, Donato, reforçou a crítica, afirmando que a necessidade de cartas de crédito coloca pressão sobre as empreiteiras para que recebam o dinheiro rapidamente, desconsiderando o processo adequado. Ele enfatizou que o valor do auxílio não é suficiente para cobrir os aluguéis na zona central.
A audiência, que contou com um grande número de participantes, teve a presença de parlamentares, incluindo Nunes e Donato. Apesar dos convites feitos, representantes dos governos estadual e federal não compareceram. Vale destacar que o terreno onde está localizada a favela é de propriedade da União. A ausência de representação governamental foi um ponto de frustração entre os moradores e participantes.