Gestão Léo menciona “fake news”, mas não esclarece urgência na contratação, remoção do sistema eletrônico e liberação imediata de R$ 8 milhões – Política

A Prefeitura de Porto Velho, sob a gestão do prefeito Léo Moraes, se manifestou oficialmente sobre uma denúncia envolvendo um contrato de mais de R$ 35 milhões com a empresa Plator Engenharia e Meio Ambiente Ltda. A gestão considerou as acusações como “fake news”, porém, não abordou questões centrais que estão sendo investigadas pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas. A apuração em questão está registrada sob o protocolo nº 2025000101236511.
Na nota, a administração ressaltou a legalidade de um processo conhecido como “carona” à ata de registro de preços e afirmou que não houve pagamentos até o momento, enfatizando seu cuidado com os recursos públicos. Entretanto, a nota não explicou a urgência no processo de contratação, a decisão de retirar o trâmite do sistema eletrônico de compras (ETCDF), nem o empenho imediato de R$ 8 milhões à Plator.
O documento da Prefeitura acaba por confirmar a existência de investigações, revelando que materiais estão sendo enviados ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas. Isso cria uma contradição com o termo “fake news”, utilizado para deslegitimar a investigação.
Além disso, a gestão enfrenta críticas por criar 155 novos cargos para engenheiros e arquitetos, mas optar por contratar serviços terceirizados. A decisão de contrair a Plator foi tomada sem justificativas claras e em um processo rápido, finalizando o empenho no mesmo dia da assinatura do contrato.
Essa rapidez levantou preocupações, pois documentos indicam que havia pressão de altos funcionários da Prefeitura, como os secretários Oscar Dias Neto, Antônio Prata (Semesc), Geraldo Sena (Semob) e o adjunto Sérgio Paraguaçu Filho (SGG), para que o contrato fosse assinado de forma urgente, apesar da presença de 80 engenheiros no quadro da administração.
Outro ponto questionável é a planilha de projetos apresentada pela Plator, que incluiria obras já realizadas pela própria gestão de Léo Moraes, levantando dúvidas sobre a necessidade da contratação e a transparência do acordo.
Enquanto a Prefeitura tenta desviar o foco das denúncias, os fatos continuam a gerar preocupação: um contrato milionário está em investigação formal, e há processos administrativos que não seguem os padrões normais, além de decisões que desafiam a lógica administrativa.
As investigações em andamento e a solicitação de respostas claras por parte dos gestores públicos permanecem em foco, com a expectativa de que toda a situação seja esclarecida.