Abandono, coação e espetáculo: ações da Defesa Civil em Nazaré provocam revolta e desconfiança da população – Geral

Crise humanitária em Nazaré: Defesa Civil é acusada de abandono durante enchentes
Uma operação emergencial da Defesa Civil no distrito de Nazaré, que deveria ajudar famílias afetadas pelas enchentes, se transformou em um episódio de confusão e descontentamento. Na noite de 1º de maio, moradores relataram que uma lancha, carregada de cestas básicas, foi deixada sem uso enquanto a atenção se voltava para a prisão do administrador distrital, Pedro Bastos, em um clima considerado arbitário.
Vídeos divulgados nas redes sociais mostram a insatisfação da comunidade, que descreve a ação como marcada por truculência e falta de sensibilidade. Comandada pelo coronel Marcelo Duarte, a equipe da Defesa Civil foi criticada por, segundo os relatos, ter priorizado ações políticas em vez de fornecer a assistência necessária. Uma residente expressou sua indignação em um vídeo: “Vieram dizendo que era ajuda, mas saíram com nosso administrador preso e deixaram a comida no rio.”
A situação se complicou com denúncias de que os moradores estavam sendo intimidado e expostos em redes sociais. Alguns relataram que agentes da Defesa Civil os coagiram a ficar em silêncio. “Não somos políticos, não temos que ser tratados como bandidos. Ele veio aqui para nos dividir, não para ajudar,” afirmou uma líder comunitária.
A ausência do prefeito Léo Moraes na ocasião aumentou a frustração entre os residentes. Muitos questionam por que ele não se apresentou para oferecer explicações. “Cadê o prefeito? A comida tá no barco, o administrador tá preso, e nós estamos abandonados,” desabafou Agnaldo, um dos líderes locais.
As críticas à atuação da Defesa Civil não param por aí. Segundo moradores, a sede da administração distrital foi ocupada por membros da equipe, que não apresentaram nenhum plano para ajudar a população necessitada. Em vez de apoio, alguns consideraram a situação como uma encenação. “Teve até uma dancinha do coronel dizendo que tinha ‘bobiquete’. Isso não é ajuda, é desrespeito com quem perdeu tudo,” disse um morador em evidente revolta.
Esses acontecimentos colocam em evidência a realidade de uma gestão que parece distante das verdadeiras necessidades dos habitantes ribeirinhos. A prisão do administrador Pedro Bastos é vista por muitos como uma manobra política e deve ser investigada por órgãos competentes.
As autoridades locais ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o assunto, e a pergunta que ressoa em Nazaré é clara: quem vai responder pelo abandono de uma comunidade durante um momento de calamidade?