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Vítima brasileira de Epstein relata abusos aos 14 anos

Marina Lacerda, uma brasileira de 37 anos, falou publicamente pela primeira vez sobre os abusos que sofreu do financista americano Jeffrey Epstein, que morreu em 2019. Identificada como ‘vítima-menor 1’ nos processos relacionados ao caso, ela decidiu se apresentar para que suas experiências sejam ouvidas, especialmente em um momento em que as vítimas começam a ganhar atenção.

Recentemente, um grupo de mulheres que também foram vítimas de Epstein se reuniu em frente ao Capitólio dos Estados Unidos para pressionar o Congresso a aprovar uma legislação que exija a divulgação de todos os registros não confidenciais do caso. Marina se juntou a essas mulheres na luta por transparência, em contrariedade à posição do governo, que tenta evitar o debate sobre o assunto.

O governo, durante a administração do ex-presidente Donald Trump, argumenta que a proposta não traria novas informações significativas. No entanto, as vítimas defendem que a divulgação dos documentos é uma questão de justiça, não apenas para elas, mas para toda a sociedade americana.

Em uma entrevista ao canal americano ABC, Marina compartilhou que, nos últimos dias, sentiu a necessidade de contar à sua filha sobre o que passou. Ela relembrou que, aos 14 anos, morava em um ambiente difícil em Nova York e uma amiga a incentivou a conseguir dinheiro fazendo massagens para um homem mais velho, que era Jeffrey Epstein. Marina relatou que, a partir dessas sessões, Epstein começou a abusar sexualmente dela.

Documentos de investigação confirmam que as vítimas eram pagas por encontros com Epstein, que também aliciava garotas para recrutarem outras meninas. Ao completar 17 anos, Marina foi dispensada por Epstein, que disse que ela era “velha demais”. Após um tempo longe, em 2008, o FBI entrou em contato com ela para perguntas durante uma investigação sobre Epstein. No entanto, ao se sentir intimidada, ela procurou o financista, que providenciou um advogado, e não recebeu mais informações da polícia.

Mais de dez anos depois, em 2019, o FBI novamente procurou Marina. Seu depoimento foi considerado crucial para a prisão de Epstein, que, no entanto, não chegou a ser julgado, pois se matou na prisão antes do processo. O caso foi arquivado, e atualmente há uma demanda para que os documentos relacionados sejam divulgados.

A retenção desses arquivos pelo Departamento de Justiça trouxe críticas à administração Trump. O ex-presidente afirmou que já foram divulgadas muitas páginas de documentos e que as novas reivindicações eram uma “farsa” promovida pelos democratas.

Trump e Epstein foram amigos por cerca de 15 anos, e os dois se conheceram em Palm Beach, Flórida. Durante esse tempo, frequentaram eventos sociais juntos e viajaram em jatos particulares de Epstein.

O caso Epstein é repleto de aspectos que envolvem riqueza, conexões políticas, suposta impunidade e uma morte repentina, levando a vários rumores e teorias da conspiração, especialmente entre os apoiadores de Trump. Quando o governo mudou sua posição sobre a suposta “lista de Epstein”, muitos interpretaram isso como um acobertamento, gerando um clamor por mais transparência e pela divulgação dos documentos do caso.

Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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