O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou duramente a cidade de Chicago em uma declaração recente, chamando-a de “a pior e mais perigosa cidade do mundo”. Ele mencionou que, no último fim de semana, 54 pessoas foram baleadas na cidade, resultando na morte de oito delas. Trump afirmou que pretende resolver rapidamente o que considera um “problema de crime” em Chicago, sugerindo até o envio de tropas federais, uma proposta que gera polêmica.
As críticas de Trump vêm em um momento em que o governo está considerando expandir o uso da Guarda Nacional em grandes cidades como Chicago e Baltimore, que normalmente são administradas por prefeitos democratas. A Casa Branca anuncia que o governo está preparando uma operação federal que pode começar em breve, envolvendo agências como o Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas e a Alfândega e Proteção de Fronteiras.
A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, confirmou que já existem operações do ICE em andamento em Chicago e que outras cidades, como São Francisco e Boston, também estão sendo avaliadas para possíveis ações.
A situação entre o governo federal e a administração local de Chicago se agravou. O prefeito Brandon Johnson assinou um decreto que proíbe a colaboração da polícia local com agentes federais em ações que envolvem imigração civil. Johnson lembrou que a população não pediu uma intervenção militar na cidade, mas ainda assim se vê na obrigação de responder às ameaças do governo federal.
O governador de Illinois, JB Pritzker, classificou o plano de enviar tropas a Chicago como uma “invasão”, afirmando que não houve comunicação prévia com sua administração. Pritzker expressou que a situação é uma integração militar sem coordenação com as autoridades locais.
Trump, em suas redes sociais, continuou a atacar Pritzker, criticando a falta de ação do governador no combate ao crime. Em resposta, Noem sugeriu que as ações do governador são mais motivadas por questões políticas do que por um verdadeiro desejo de proteger a população.
Enquanto isso, dados divulgados pela prefeitura de Chicago indicam uma redução de 21,6% nos crimes violentos e uma queda de 32,3% nos homicídios este ano até agora, o que contraria as alegações de Trump sobre o aumento da criminalidade na cidade.
Recentemente, um juiz federal decidiu que o governo Trump agiu ilegalmente ao enviar tropas da Guarda Nacional para Los Angeles durante protestos contra suas políticas de imigração. Essa decisão impede o uso de forças armadas para aplicar leis civis na Califórnia, destacando um momento de tensão entre o governo federal e os estados que resistem a ações não coordenadas.
Com todo esse contexto, a situação em Chicago reflete um embate maior entre autoridades municipais e a administração Trump, que continua a fortalecer sua posição de intervenção em cidades que enfrenta.
