Notícias AgoraDicas/Insights

Cuidado! Trilhas e passeios mais perigosos do Brasil

O chamado da natureza é irresistível. A vontade de subir uma montanha, de se desconectar da cidade e de ser recompensado com uma vista de tirar o fôlego move milhões de aventureiros no Brasil. Nós vemos as fotos espetaculares no Instagram, os sorrisos de superação no topo de um pico, e pensamos: “eu também quero, eu também consigo”.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Nós nos preparamos com uma bota nova, uma mochila, uma garrafa d’água. Acreditamos que a beleza da paisagem é um convite seguro, que uma trilha, por mais difícil que pareça, é apenas um passeio mais longo no meio do mato.

Mas, e se eu te dissesse que algumas das trilhas mais famosas e cobiçadas do Brasil são, na verdade, armadilhas mortais?

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

E que existe uma espécie de “triângulo da morte” de montanhas no país, famoso por “engolir” aventureiros despreparados, sendo palco de desaparecimentos, resgates dramáticos e, em alguns casos, de tragédias fatais?

O ‘devorador’ de gente: Pico dos Marins, a montanha que te engana

Este é, talvez, o ponto mais infame do “triângulo da morte”. O Pico dos Marins, na divisa entre São Paulo e Minas Gerais, não é a montanha mais alta do Brasil, mas é considerada por muitos a mais traiçoeira.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

  • O Perigo: A sua principal arma é a mudança de tempo súbita e brutal. Em questão de minutos, o céu azul pode dar lugar a uma neblina tão densa que você não enxerga um palmo à sua frente, acompanhada de ventos fortes e tempestades de raios.
  • A Armadilha: A sua segunda arma é a confusão de trilhas. Existem dezenas de “trilhas falsas”, que parecem o caminho certo, mas que levam o aventureiro para o meio do nada. É, de longe, a montanha onde mais pessoas se perdem no Brasil, com um histórico trágico de desaparecimentos e mortes.

Veja mais: 9 experiências marcantes para transformar sua viagem de carro

O ‘inferno’ amazônico: Pico da Neblina, a jornada que te testa até o limite no Brasil

Chegar ao topo do Brasil, o Pico da Neblina, no Amazonas, é uma das conquistas mais épicas para um montanhista. Mas o perigo aqui não é apenas a subida. A expedição inteira é um teste de sobrevivência.

  • O Isolamento Total: A montanha fica dentro da Terra Indígena Yanomami, uma das áreas mais remotas e protegidas do planeta. Chegar lá exige autorizações complexas do governo e dias de viagem em barcos e pela selva.
  • Os Inimigos da Selva: O caminho é pela floresta amazônica fechada. Os perigos são constantes: cobras e aranhas venenosas, onças, a umidade extrema que causa o apodrecimento dos pés e o risco de contrair doenças tropicais. O cume da montanha é apenas a recompensa final de uma jornada no “inferno verde”.

Veja mais: Nissan intensifica testes do novo Sentra 2026

A ‘maratona’ da exaustão: a Travessia Petrópolis-Teresópolis

Esta é a travessia de montanha mais famosa do Brasil, um percurso de 30 quilômetros pela Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro. A beleza é de outro mundo. Mas o perigo aqui é mais sutil.

  • O Desafio: A travessia, geralmente feita em 3 dias, é uma maratona de subidas e descidas íngremes. O principal inimigo é a exaustão física e mental, que pode levar a erros de navegação, quedas e hipotermia.
  • A Autossuficiência: Não há refúgios ou pontos de apoio. Você precisa carregar todo o seu equipamento nas costas: barraca, saco de dormir, comida para 3 dias, água, etc. Se algo der errado, você está por sua conta.

A natureza brasileira é, sim, um paraíso. Mas ela não perdoa o despreparo e a arrogância. Antes de se aventurar por uma dessas trilhas, lembre-se que elas exigem muito mais do que vontade. Exigem respeito, planejamento, equipamento de primeira e, na maioria das vezes, a companhia de um guia experiente.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Rodrigo Campos

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo