Tailândia adota medidas contra cibercrime originado no Camboja

O Primeiro-Ministro da Tailândia, Paetongtarn Shinawatra, anunciou novas medidas para combater o cibercrime, especialmente aqueles que afetam o Camboja. As ações incluem a proibição de viagens de turistas para cassinos na vizinha Cambodja, além da interrupção dos serviços de internet para agências militares e de segurança cambojanas.
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As relações entre os dois países se deterioraram após um confronto armado que ocorreu no dia 28 de maio, onde um soldado cambojano foi morto em uma área disputada. Como resposta, o governo da Tailândia decidiu endurecer as restrições nas fronteiras. A nova política prevê a parada de veículos e pessoas que tentem entrar ou sair do país, com exceções para estudantes, pacientes médicos e aqueles que precisam comprar itens essenciais.
Os turistas que pretendem visitar os cassinos no Camboja enfrentarão restrições adicionais, além de controles rigorosos nos voos para Siem Reap, que é um dos destinos turísticos mais populares do Camboja. Contudo, Paetongtarn não forneceu detalhes sobre como os agentes de segurança identificarão os turistas de cassino em meio aos demais visitantes.
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Em retaliação ao conflito, o Camboja bloqueou o fornecimento de internet, eletricidade e combustíveis originários da Tailândia. Esta situação pode representar dificuldades econômicas para ambos os países, uma vez que cerca de 30% das importações do Camboja vêm da Tailândia, incluindo 85.426 toneladas mensais de gasolina e outros combustíveis. O gás natural líquido importado da Tailândia compõe 4% do total nacional, segundo a Ministério do Comércio do Camboja.
Um relatório da ONU de abril destacou que grupos de crime organizado na Ásia estão se expandindo para operações fraudulentas em diversas partes do mundo. O Camboja foi identificado como um dos principais centros de cibercrime, onde operações de golpe que envolvem falsas promessas de romance e investimentos estão sendo registradas.
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Além das travas nas fronteiras, a Tailândia também considera proibir a exportação de produtos que possam ser utilizados para facilitar estas operações fraudulentas no Camboja. O governo tailandês pretende cooperar com outros países e organizações internacionais para intensificar a repressão ao cibercrime na região.
Desde o confronto de maio, as autoridades da Tailândia e do Camboja têm trocado ameaças e medidas que mantêm a tensão elevada, apesar de acordos para reduzir a hostilidade.
A Primeira-Ministra Paetongtarn está enfrentando críticas por sua abordagem considerada branda em relação ao Camboja, principalmente de nacionalistas que se opõem ao seu pai, o ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra. Recentemente, uma ligação telefônica vazada entre Paetongtarn e Hun Sen, ex-primeiro-ministro do Camboja, gerou indignação e pedidos por sua renúncia. Críticos alegaram que ela tentou apaziguar Hun Sen e fez com que a Tailândia parecesse fraca ao se referir ao comandante do exército tailandês responsável pela área disputada como “um opositor”. Grupos ativistas nacionalistas planejam protestos para exigir a renúncia de Paetongtarn.
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