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Sucesso de banda viral gera alegações e fraudes sobre IA

A banda chamada The Velvet Sundown tem alcançado um grande sucesso nas plataformas de streaming musical, especialmente no Spotify. Desde a sua aparição, há algumas semanas, suas músicas foram tocadas centenas de milhares de vezes, atraindo a atenção de ouvintes ao redor do mundo. No entanto, o que intriga muitos é o fato de que ninguém sabe ao certo quem são os integrantes da banda.

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The Velvet Sundown possui uma página verificada no Spotify e registra mais de 850 mil ouvintes mensais. Apesar disso, os quatro músicos mencionados não concederam entrevistas. Além disso, não há registros de contas individuais de redes sociais desses artistas, nem de apresentações ao vivo. Essa situação gerou especulações de que a música da banda poderia ser gerada por inteligência artificial, uma alegação que os próprios membros da banda negaram em redes sociais.

Recentemente, o panorama se complicou ainda mais quando uma revista reportou que um porta-voz da banda admitiu que suas músicas foram criadas com uma ferramenta de inteligência artificial chamada Suno. Porém, logo depois, essa mesma fonte foi desmascarada como um hoax, com o homem, identificado como Andrew Frelon, revelando que tudo não passava de uma estratégia para enganar a imprensa. Em resposta a essa confusão, a banda emitiu um comunicado em sua página do Spotify, afirmando que não tem qualquer ligação com Frelon e que não há evidências sobre a existência dele.

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Outros canais também se mostraram falsos, incluindo uma conta no Twitter que afirmava ser oficial da banda. A situação gerou preocupações maiores sobre a realidade da música e da presença online na era da inteligência artificial. Professoras e especialistas, como Gina Neff, alertam que essa situação levanta questões importantes sobre o controle e a veracidade das informações disponíveis na internet.

Musicalmente, as baladas indie da banda têm guitarras e vocais masculinos, com letras que podem ser consideradas genéricas, como “olhos como filme em luz desbotada, sonhos andam descalços pela noite”. Essa sonoridade levanta dúvidas sobre a sua origem, uma vez que, segundo a plataforma Deezer, uma ferramenta de detecção de IA classificou a música como “100% gerada por IA”.

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O CEO do Spotify, Daniel Ek, já se manifestou anteriormente, expressando que não pretende proibir músicas geradas por inteligência artificial, mas manifestou sua preocupação em relação ao uso dessa tecnologia para imitar artistas reais. A indústria criativa, entretanto, está preocupada com o impacto da IA. Diversos músicos têm protestado contra a utilização de seu trabalho para treinar ferramentas de IA, temendo que isso ameace suas carreiras e rendimentos.

Artistas renomados, como Elton John e Dua Lipa, se uniram a membros do Parlamento britânico para pressionar o governo a estabelecer regras sobre IA e direitos autorais, mas a campanha não teve sucesso. O governo afirmou que está realizando uma consulta separada sobre IA e direitos autorais.

A questão levantada pela história da The Velvet Sundown reflete as preocupações de muitos músicos sobre a proteção de seus direitos. Ed Newton Rex, fundador da Fairly Trained, destacou que a situação com a banda exemplifica os receios de artistas em relação ao roubo de suas obras e à saturação do mercado com cópias que resultam na diminuição de receitas para os músicos humanos.

Sophie Jones, executiva da BPI, reiterou a necessidade de ação governamental frente a esses desafios, afirmando que a discussão em torno do caso da banda reforça as preocupações do setor musical sobre inteligência artificial e direitos autorais.

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Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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