Sean ‘Diddy’ Combs é condenado por crime; entenda o caso

O julgamento do famoso rapper americano Sean “Diddy” Combs, acusado de operar um esquema de tráfico sexual, terminou com duas condenações e três absolvições. Diddy, de 55 anos, foi considerado culpado de transportar sua ex-namorada, Cassie Ventura, e uma mulher identificada como “Jane” para a prostituição. Contudo, ele foi absolvido da acusação mais grave de conspiração para roubo e também de duas outras acusações relacionadas ao tráfico sexual envolvendo as mesmas mulheres. Diddy se declarou inocente e negou todas as acusações.

Os promotores alegaram que Diddy utilizava uma rede de associados para perpetuar crimes, incluindo tráfico sexual e, em alguns relatos, até mesmo sequestro e uso de drogas. Durante o julgamento, foram mencionados encontros sexualmente coercitivos denominados “freak-offs”, onde as testemunhas afirmaram que eram forçadas a ter relações sexuais com acompanhantes masculinos enquanto Diddy observava. Em uma ação policial na mansão de Diddy em Los Angeles, foram encontrados diversos itens que, segundo a polícia, seriam usados nessas ocasiões, como drogas e mais de mil frascos de óleo infantil.

A absolvição da acusação de racketeering foi considerada uma vitória para a defesa. Os advogados de Diddy questionaram se os empregados dele estavam cientes das atividades ilegais. A principal testemunha da acusação, Cassie Ventura, declarou que não acreditava que os funcionários estavam presentes durante os encontros. Os defensores argumentaram que, sem a consciência dos funcionários, não podia ser considerado um esquema de crimes organizado.

Diddy enfrenta uma pena máxima de 10 anos por cada condenação, totalizando até 20 anos de prisão, caso o juiz acate a solicitação do promotor Maurene Comey. Combs está detido no Centro de Detenção Metropolitana em Brooklyn, Nova York, desde sua prisão em 16 de setembro de 2024. Os críticos apontam que a prisão é superlotada e os trabalhadores são poucos, resultando em um ambiente violento. A defesa tentou libertá-lo, citando as condições inadequadas do jail, mas a petição foi negada, considerando Combs um risco de fuga.

Ainda não há uma data definida para a audiência de sentença, que ocorrerá em um momento futuro determinado pelo juiz Arun Subramanian. Enquanto isso, Diddy enfrenta também diversas ações judiciais que o acusam de agressão sexual e estupro. Segundo o advogado Tony Buzbee, mais de 100 pessoas já processaram ou planejam processar Diddy. Uma das acusações mais graves remonta a 2003, quando uma mulher, que se identificou como “Jane Doe”, disse que foi estuprada por Diddy e outros em uma festa, após ter sido dopada.

As questões legais de Diddy começaram a assumir destaque em 2023, quando Cassie, também conhecida como Ventura, o processou por abuso físico e sexual, e o caso foi rapidamente resolvido com um acordo financeiro. Desde então, várias outras pessoas se manifestaram, acusando Diddy de assédio sexual, com alegações que vão até 1991. Ele nega todas as denúncias. Suas polêmicas com Cassie ressurgiram em 2024, quando um vídeo vazado de 2016 mostrou uma agressão dela em um hotel, levando Diddy a se desculpar por suas ações.

O processo de seleção do júri foi minucioso, com vários candidatos avaliados em relação a seus conhecimentos sobre a cena do hip-hop e suas opiniões sobre temas como violência e assédio sexual. O juiz enfatizou a importância de escolher um júri imparcial para assegurar um julgamento justo.

Diddy, que já foi conhecido por vários nomes e é considerado uma figura central no hip-hop desde os anos 90, ajudou a lançar a carreira de grandes artistas por meio de sua gravadora Bad Boy Records. Ele também provou ser um empresário astuto, tendo firmado parcerias com grandes marcas no setor de bebidas, como a Diageo, para promover a vodka Cîroc. Em 2023, ele lançou um novo álbum e recebeu uma indicação ao Grammy, consolidando seu status na indústria musical.