O governo de Luiz Inácio Lula da Silva lançou o programa Gás do Povo, que tem como objetivo distribuir botijões de gás de 13 kg gratuitamente a 15,5 milhões de famílias. Essas famílias estão cadastradas no CadÚnico e possuem uma renda per capita de até meio salário mínimo por mês.
Para este programa, o governo tem um orçamento de R$ 5,1 bilhões previsto até 2026. O funcionamento será baseado em vouchers, que poderão ser utilizados exclusivamente para a compra de gás, diferenciando-se do Auxílio Gás, que atualmente repassa recursos em dinheiro a cerca de 5 milhões de pessoas. Uma transição entre o programa atual e o novo modelo está planejada, com entregas dos primeiros botijões previstas para novembro deste ano.
O programa Gás do Povo deve beneficiar a totalidade das famílias-alvo até março de 2026, coincidentemente no ano em que Lula buscará a reeleição.
O lançamento ocorreu no Aglomerado Vila da Serra, em Belo Horizonte, a maior favela da cidade e reduto eleitoral do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Durante o evento, Silveira garantiu que o programa está dentro do orçamento da União e respondeu a críticas de que a ajuda aos mais pobres poderia impactar negativamente as finanças públicas.
Os beneficiários terão quatro maneiras de acessar o programa: por aplicativo, um cartão específico do Gás do Povo, um vale impresso disponível em agências lotéricas e o cartão do Bolsa Família. O voucher deverá ser apresentado nas revendas cadastradas junto à Caixa Econômica Federal.
Os preços do gás terão variações conforme cada estado, sendo atualizados periodicamente, mas não incluirão o custo do frete. As regras de distribuição dos botijões serão definidas de acordo com o número de integrantes da família. Aqueles com até dois membros poderão receber três botijões por ano, famílias de três pessoas terão direito a quatro botijões e residências com quatro ou mais moradores poderão solicitar até seis botijões anuais.
Um dos objetivos do programa, de acordo com o Ministério de Minas e Energia, é incentivar as famílias de baixa renda a deixarem de utilizar lenha e álcool para cozinhar. Dados do IBGE de 2022 indicam que 12,7 milhões de famílias, incluindo 5 milhões de baixa renda, utilizam uma combinação de lenha e botijão de gás na preparação dos alimentos. Lula destacou, no evento, que esse programa atende a um preceito constitucional que garante a igualdade de direitos, reforçando que todos devem ter acesso ao alimento e a um meio adequado para cozinhá-lo.
