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2 bilhões já se infectaram com parasita que te transforma em zumbi

Existe um ser microscópico, um mestre da manipulação, que pode estar vivendo no seu cérebro neste exato momento. Ele não te transforma em um monstro de filme, mas age de forma muito mais sutil e sinistra: ele pode estar influenciando suas decisões, alterando suas emoções e até mesmo te empurrando para comportamentos de risco, tudo sem que você sequer desconfie da sua presença.

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E a parte mais assustadora? A OMS estima que até um terço da população mundial, ou mais de 2 bilhões de pessoas, já esteja infectada.

Estamos falando do Toxoplasma gondii, o parasita causador da toxoplasmose. Por décadas, a medicina o tratou como um agente “adormecido” e inofensivo para a maioria das pessoas. Contudo, uma avalanche de estudos científicos recentes está revelando uma verdade perturbadora: este protozoário pode ser um verdadeiro mestre de marionetes, puxando as cordinhas do nosso cérebro.

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A descoberta de como ele manipula o comportamento de outros animais para completar seu ciclo de vida é o que tira o sono dos cientistas. E a grande pergunta que eles se fazem agora é: se ele transforma ratos em “zumbis suicidas”, o que ele está fazendo conosco?

A manipulação macabra: a ciência por trás do “zumbi”

O hospedeiro definitivo do Toxoplasma gondii é o gato. É no intestino dos felinos que ele se reproduz. Para chegar até lá, ele precisa de um hospedeiro intermediário, como um rato. E é aqui que a manipulação se torna explícita e assustadora.

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O parasita infecta o cérebro do rato e “reprograma” seu instinto mais básico. Em vez de sentir um medo mortal do cheiro de urina de gato, o rato infectado passa a sentir uma atração fatal por ele.

O roedor, agora um “zumbi” a serviço do parasita, se entrega de bandeja para ser comido pelo gato, garantindo assim que o Toxoplasma complete seu ciclo. Ao observar isso, a pergunta se tornou inevitável: e se ele estiver fazendo algo parecido com o cérebro humano?

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O que ele faz com você: mais risco, mais ciúmes, menos medo

Embora em humanos o efeito seja mais sutil, os estudos são cada vez mais conclusivos. O parasitologista Jaroslav Flegr, um dos pioneiros no tema, descobriu padrões de comportamento intrigantes em pessoas infectadas:

  • Homens infectados: Tendem a ser mais impulsivos, desconfiados, antissociais e a correrem mais riscos, como se envolver em acidentes de trânsito.
  • Mulheres infectadas: Por outro lado, tendem a ser mais empáticas, extrovertidas e a seguirem mais as normas sociais.

Pesquisas posteriores, publicadas em jornais de psiquiatria, foram ainda mais longe, associando a infecção latente a um risco aumentado para o desenvolvimento de transtornos como esquizofrenia, bipolaridade, depressão e até comportamento suicida.

A correlação não prova a causa, mas o elo é forte demais para ser ignorado. Acredita-se que o parasita forma cistos no cérebro e altera os níveis de dopamina, o neurotransmissor do prazer e da motivação.

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Como se proteger desse mestre de marionetes

A infecção em humanos é extremamente comum e pode acontecer de formas que você nem imagina.

  1. Carne malcozida: É a principal forma de contágio. Cozinhe bem todas as carnes, especialmente as de porco e cordeiro.
  2. Frutas e vegetais sujos: Lave muito bem todas as frutas e verduras antes de comer.
  3. Fezes de gato: A contaminação pode ocorrer ao limpar a caixa de areia. Use luvas e lave bem as mãos depois. O risco é maior para gatos que caçam, pois os gatos domésticos que comem ração raramente são portadores.

Para a maioria das pessoas com o sistema imunológico saudável, a infecção passa despercebida. Contudo, para gestantes e pessoas imunodeprimidas, ela pode ser devastadora. A prevenção, portanto, é a única arma contra este parasita que, silenciosamente, pode já estar te controlando.

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Rodrigo Campos

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

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