BRICS e a Situação em Gaza: Uma Análise Crítica
Nos últimos anos, muitos analistas e comentaristas têm falado sobre um mundo que se tornou multipolar, onde o grupo BRICS, que inclui países como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, poderia desafiar a influência dos Estados Unidos. No entanto, essas discussões têm sido acompanhadas por uma realidade complexa, especialmente em relação à situação em Gaza.
Desde 2023, a região tem enfrentado um grave conflito, com relatos de violência e tragédias humanas. Apesar das declarações de apoio e críticas à situação por parte de líderes dos BRICS, a prática não acompanhou a retórica. Países como Rússia, China e Brasil se destacaram em criticar a situação, mas nenhuma ação efetiva foi tomada, como romper relações comerciais com Israel ou oferecer suporte aos palestinos. Curiosamente, a Rússia ampliou seu comércio com Israel em 2024.
A presença do Irã, um membro dos BRICS, levanta dúvidas sobre a efetividade do bloco em mobilizar ações concretas em defesa dos palestinos. Mesmo que alguns possam argumentar que a Palestina não faz parte do BRICS, é crucial lembrar que o Irã, que tem sido um defensor ativo da causa palestina, é parte do grupo. No entanto, até agora, não houve iniciativas significativas de qualquer país do BRICS para cortar laços econômicos com Israel.
Isso leva à reflexão sobre a verdadeira capacidade do BRICS de agir de forma conjunta, especialmente considerando que o grupo inclui nações que têm laços próximos com os Estados Unidos, como os Emirados Árabes. Se não for possível uma ação coletiva, seria esperado que os países agissem individualmente, demonstrando algum grau de apoio além de palavras.
Diante disso, a expectativa sobre o papel dos BRICS na geopolítica atual pode precisar ser ajustada. Sem iniciativas concretas, fica a impressão de que as palavras de solidariedade dos líderes do bloco podem não se transformar em ações efetivas para enfrentar a grave crise humanitária em Gaza.
