Morreu na terça-feira, 2 de outubro, aos 91 anos, o jornalista Mino Carta. Ele era fundador e diretor de redação da revista CartaCapital e enfrentava problemas de saúde, com frequentes internações. Mino estava na UTI do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, há duas semanas e a causa da morte não foi divulgada. A confirmação do falecimento foi feita pela equipe da CartaCapital.
Mino Carta nasceu em 6 de setembro de 1933, em Gênova, na Itália. Ele se mudou para São Paulo com sua família na década de 1940. Sua trajetória no jornalismo brasileiro é marcante. Mino foi um dos fundadores de revistas renomadas, como Veja e IstoÉ, além de ser o criador da CartaCapital e do Jornal da Tarde, do Estadão.
Na vida pessoal, Mino foi casado com Maria Angélica Pressoto, que faleceu em 1996. Ele também enfrentou a perda de seu filho, o jornalista Gianni Carta, que morreu em 2019 devido a câncer. Mino deixou uma filha, Manuela Carta.
Mino representa a terceira geração de jornalistas em sua família. A tradição começou com seu avô materno, Luigi Becherucci, que era diretor de um jornal em Gênova. Seu pai, Giannino Carta, também atuou como jornalista. A imigração da família para o Brasil ocorreu em agosto de 1946.
Em 1956, após deixar o curso de Direito na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, Mino foi com a família de volta para a Itália. Lá, trabalhou na Gazetta del Popolo, em Turim, e também foi correspondente para os jornais brasileiros Diário de Notícias e Mundo Ilustrado.
De volta ao Brasil, Mino recebeu uma proposta do editor Victor Civita para dirigir a revista Quatro Rodas, voltada para o setor automobilístico. Sob sua direção, muitos repórteres se destacaram, incluindo José Hamilton Ribeiro. Mino foi instrumental na criação de publicações que se tornaram influentes no cenário jornalístico brasileiro, como Veja, em 1968; IstoÉ, em 1976; e CartaCapital, em 1994. Ele também participou da equipe que fundou o Jornal da Tarde em 1966, um veículo reconhecido pela excelência de suas reportagens.
Juntamente com Cláudio Abramo, Mino fundou o Jornal da República, que infelizmente teve de fechar por questões financeiras. Além do jornalismo, Mino também teve envolvimento nas artes, publicando livros de ficção e exibindo suas pinturas.
Embora não tenha completado um curso superior, Mino Carta recebeu o título de doutor honoris causa da Faculdade Cásper Líbero. Em 2006, foi homenageado com o prêmio de Jornalista Brasileiro de Maior Destaque no Ano pela Associação dos Correspondentes da Imprensa Estrangeira no Brasil.
