Mendonça afirma que ‘Careca do INSS’ não é obrigado a comparecer à CPI
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS anunciou que irá buscar um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir o depoimento dos empresários Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e Maurício Camisotti. Ambos foram presos pela Polícia Federal na última sexta-feira por suspeitas de risco de fuga e ocultação patrimonial.
O ministro André Mendonça, relator do caso no STF, determinou que a presença dos empresários na CPMI seria opcional. Antunes e Camisotti são investigados por sua suposta participação em um esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), onde ocorreram cobranças indevidas a aposentados e pensionistas entre 2019 e 2022.
Carlos Viana, presidente da CPMI e senador pelo Podemos de Minas Gerais, criticou a decisão do ministro, considerando-a injustificável. Ele ressaltou a importância do comparecimento dos empresários para esclarecer rapidamente os fatos. Viana expressou a expectativa de que o STF reconsidere essa opção e reconheça a necessidade de obrigatoriedade na comparecimento dos investigados.
A defesa de Camisotti emitiu uma nota afirmando que não há justificativa para sua prisão e que irá tomar todas as medidas legais necessárias para garantir seus direitos. A defesa de Antunes optou por não se manifestar no momento.
Após sua prisão, Antunes foi levado para a Superintendência da Polícia Federal em Brasília. A investigação revelou que ele teria movimentado R$ 9,3 milhões em repasses destinados a pessoas ligadas a servidores do INSS entre 2023 e 2024.
Além disso, a Polícia Federal destacou que Antunes possui “influência política”, o que pode lhe permitir interferir nas investigações. Segundo os investigadores, ele tem uma capacidade intimidatória considerável devido à sua rede de contatos, recursos financeiros e proximidade com outros investigados e testemunhas.
