Lula tenta rivalizar com Trump em 7 de Setembro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva utilizará o desfile do Dia da Independência, que acontece em Brasília no próximo domingo, como oportunidade para enviar mensagens significativas tanto ao governo dos Estados Unidos quanto ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O evento organizado pela Secretaria de Comunicação tem como tema “Brasil Soberano”, e marca o início da campanha de reeleição do presidente.
Lula já destacou que a frase “União e Reconstrução” reflete bem o espírito do início de seu governo. No entanto, ele observa que o Brasil enfrenta novos desafios, como ameaças à economia e às conquistas sociais dos cidadãos. O ministro Sidônio Palmeira, líder da Secom, afirmou em um vídeo que o objetivo do governo é mostrar seu compromisso com o povo brasileiro.
Além do desfile, o Partido dos Trabalhadores (PT) e outros partidos de esquerda estão organizando manifestações em várias capitais em apoio ao julgamento de Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Lula, no entanto, não participará desses atos, pois teme que a adesão do público seja baixa. As mobilizações da esquerda coincidem com as manifestações dos apoiadores de Bolsonaro no mesmo dia.
Apesar da ausência de Lula nos atos organizados por seu partido, os aliados do presidente pretendem usar o desfile cívico para reafirmar a nova mensagem do governo sobre a defesa da soberania. Durante o evento, Lula dirigirá críticas ao ex-presidente Bolsonaro, associando-o às tarifas impostas por Donald Trump aos produtos brasileiros.
Lula gravou um pronunciamento de seis minutos que será veiculado em cadeia de rádio e TV na véspera do Dia da Independência. Nesse vídeo, ele defenderá o sistema de pagamentos Pix e criticar os chamados “traidores da pátria”.
O desfile deste ano ocorrerá em um contexto delicado, uma vez que Bolsonaro está sendo julgado no STF por sua suposta tentativa de golpe em 2022. O governo enviou convites aos ministros do STF, e no ano anterior, alguns deles marcaram presença na cerimônia.
Nesta semana, Lula comentou sobre a interferência do governo americano nos assuntos da Justiça brasileira, apontando que não deve haver medo da “acusação” de Trump. Ele afirmou que nenhum país pode ser considerado verdadeiramente independente se tolera ameaças à sua soberania.
Para o desfile, estão previstos atos simbólicos, como a participação de pessoas vestindo camisetas amarelas formando a palavra “soberania” e um bandeirão com a mesma frase, como uma mensagem direta ao governo dos Estados Unidos.
Paralelamente, manifestantes da direita estão planejando atos de apoio a Bolsonaro e contra o ministro Alexandre de Moraes. O ex-presidente, que está sob prisão domiciliar, não comparecerá aos eventos.
Espera-se que as maiores concentrações de apoio ocorram em São Paulo, especialmente na Avenida Paulista. Os organizadores, como o pastor Silas Malafaia, têm como meta reunir um público significativo, similar ao de manifestações anteriores.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, pretende se envolver ativamente nas manifestações, defendendo a aprovação de uma proposta de anistia que está sendo discutida no Congresso. Ele já se posicionou nas redes sociais, destacando que a anistia pode ser uma solução para pacificar o país. A expectativa é que outros líderes, como o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, também compareçam aos eventos de apoio a Bolsonaro.