Jair Bolsonaro, mesmo enfrentando um julgamento no Supremo Tribunal Federal, mantém um sólido capital político que continua atraindo a atenção de diversos grupos da direita. Os votos que ele ainda possui são considerados cruciais para a eleição presidencial do ano que vem, o que lhe garante um significativo apoio político, mesmo diante das controversas acusações que enfrenta.
Manifestando apoio ao ex-presidente, Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo e figura próxima a Bolsonaro, esteve em Brasília para reforçar sua lealdade. Nos últimos dias, partidos da direita e do Centrão têm se mobilizado em torno da pauta da anistia, mostrando que muitos aliados estão prontos para defendê-lo. Vários deles têm aparecido em entrevistas e fazendo postagens nas redes sociais para expressar seu apoio ao líder.
Entretanto, as audiências no Supremo destacam as limitações dessa lealdade. Embora muitos políticos de direita queiram garantir a parte dos votos de Bolsonaro, outros réus envolvidos no processo mostram indiferença em relação ao capital eleitoral do ex-presidente. Essa situação acaba revelando um cenário onde cada um cuida de seus próprios interesses.
Um exemplo disso é a defesa de Augusto Heleno, antigo chefe do Gabinete de Segurança Institucional, que fez questão de se distanciar de qualquer atividade que pudesse ser considerada antidemocrática. A defesa sugere que Heleno percebeu a iminência de uma ameaça à democracia, mas se desvinculou da responsabilidade por tais atos.
Por outro lado, Paulo Sérgio Nogueira, que foi ministro da Defesa de Bolsonaro, adotou uma postura mais suave, mas também procurou distanciar-se do ex-chefe. O advogado de Nogueira destacou que seu cliente estava tentando demover Bolsonaro de tomar alguma decisão extrema, deixando claro que ele pretendia atuar de forma independente.
Essas atitudes dos réus não são inesperadas, especialmente considerando que Bolsonaro tem defendido a ideia de que não pode ser responsabilizado pelas ações de outros. Neste jogo político atual, a dinâmica virou, e a consigna de “cada um por si” parece ser a nova realidade entre aqueles que antes estavam unidos em torno de um objetivo comum.
