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Itaú: CVM investiga ex-diretor em processo administrativo

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) iniciou um processo para investigar a atuação do ex-diretor financeiro do Itaú, Alexsandro Broedel, relacionada à contratação de pareceres do contador Eliseu Martins. O banco acusa Broedel de receber 40% dos pagamentos feitos à empresa de Martins.

A investigação foi aberta no dia 14 de agosto e, conforme informações do processo, a procuradoria federal especializada já emitiu um parecer sobre o caso. Broedel foi oficialmente notificado sobre a investigação na última quinta-feira. A defesa do executivo foi contatada, mas optou por não comentar o assunto.

A CVM indica, em seu relatório, a possível infração ao artigo 156 da lei 6.404/76, que regula as sociedades anônimas. Esse artigo proíbe administradores de tomar decisões em que tenham interesse conflitante com o da companhia.

O Itaú informou que começou uma investigação interna após receber denúncias de que Broedel atuava como parecerista e consultor para o mercado enquanto ainda era executivo no banco, o que violaria o código de ética da instituição.

A investigação revelou que Broedel e Martins eram sócios desde 2012 em uma empresa, cuja existência não foi informada ao Itaú. O banco apontou que, desde janeiro de 2019, as empresas Care, de Martins, e Evam, associada a ele e seus filhos, realizaram 56 transferências para a Broedel Consultores, empresa de Broedel. Destes pagamentos, 23 transferências, totalizando R$ 4,8 milhões, foram referentes ao Itaú.

Com base nessas transferências, o Itaú concluiu que Broedel teria um interesse de 40% nos pagamentos feitos à Care, percentual que também é mencionado pela CVM no processo. A investigação examina os pareceres elaborados por Eliseu Martins, ciente de que receberia 40% do valor pago pela companhia.

Após o desligamento de Broedel, ele se defendeu em uma nota, afirmando ter sempre agido de forma ética e transparente durante seus 12 anos no banco, sem que isso tenha sido contestado pelo Itaú.

Em maio, Eliseu Martins fez um acordo judicial com o Itaú para resolver um processo movido pelo banco, que o acusava de não entregar pareceres contratados. Na negociação, Martins admitiu a existência de uma “sociedade de fato” com Broedel para prestação de serviços e elaboração de pareceres contábeis. Ele decidiu pagar R$ 2,5 milhões para encerrar o caso.

Além disso, a CVM possui outro processo aberto relacionado a essa situação, iniciado em dezembro do ano passado, acerca da divulgação da denúncia do Itaú contra Broedel.

Os processos administrativos da CVM são investigações preliminares, determinadas para compilar informações antes de decidir se haverá ou não uma acusação formal contra empresas ou executivos. O processo iniciado em agosto contra Broedel é do tipo sancionador, o que implica que há uma acusação específica em andamento.

Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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