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Indústria do Ceará registra pior desempenho do Brasil em abril

A produção industrial do Ceará registrou uma queda de 3,9% em abril, conforme a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este resultado foi o pior entre os quinze estados avaliados.

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A redução na produção em abril anula um crescimento de 2,8% observado em março. Em comparação com abril de 2024, a situação é ainda mais preocupante, com uma retração de 5,3%. Nos primeiros quatro meses de 2025, a produção industrial no Ceará acumula uma queda de 1,8%.

Os setores que apresentaram os piores desempenhos acumulados até o momento incluem a fabricação de máquinas, com uma redução de 39,4%, seguida pelos derivados do petróleo e biocombustíveis, que caíram 21,4%, e a confecção de vestuário, com uma queda de 17%.

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Por outro lado, o setor de produtos químicos se destacou positivamente, aumentando sua produção em mais de 50%, e a metalurgia também apresentou crescimento, com alta de 27%. Luis Eduardo Barros, diretor de fomento da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), aponta que a queda na confecção está ligada ao aumento da produção informal, que não aparece nas estatísticas oficiais.

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Barros também observa que o Ceará tem se mostrado promissor para o setor químico, especialmente com um polo em Guaiuba que atraiu diversas empresas devido a incentivos.

Segundo Guilherme Muchale, gerente do Observatório da Indústria Ceará e economista-chefe da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), esse resultado reflete uma desaceleração na produção industrial. Entre os fatores que influenciam essa queda estão o aumento da taxa de juros real, incertezas no cenário internacional e uma base de comparação elevada, já que em abril de 2024 houve um crescimento significativo de 12,2%.

Muito embora a desaceleração já fosse esperada, pois em 2024 a indústria cearense teve um dos melhores desempenhos dos últimos dez anos, alguns setores, como o da construção e o de distribuição de água e saneamento, continuam gerando empregos, apesar de não serem incluídos nas estatísticas da pesquisa.

A queda em abril também pode ser atribuída a variações sazonais que impactam certas indústrias, como a de calçados, bebidas e materiais elétricos, destacando-se o setor de confecção como um dos mais afetados. Alex Araújo, economista, ressalta a importância de investir em inovação e competitividade para que a indústria local possa se recuperar, citando, ainda, que a pesquisa não inclui setores de serviços industriais relevantes, como a geração de energia elétrica.

Luis Eduardo Barros expressa otimismo em relação a uma possível recuperação na produção cearense no segundo semestre de 2025, embora alerte que uma continuidade na retração poderia indicar uma tendência negativa.

No cenário nacional, apenas seis estados tiveram crescimento na produção entre março e abril, com uma expansão geral de apenas 0,1%. Pernambuco liderou com um aumento de 31%, contribuindo para que o Nordeste fosse a região com a maior alta, de 7,2%. Outros estados como Goiás e Bahia também registraram crescimento, enquanto o Ceará e estados como Espírito Santo, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Amazonas enfrentaram quedas. No acumulado de doze meses, o setor industrial brasileiro apresenta um avanço de 2,4%.

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Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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