No último domingo, 7 de setembro, milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniram em diversas cidades do Brasil para protestar. O foco do ato foi pedir anistia para aqueles condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. A mobilização chamou a atenção de meios de comunicação de várias partes do mundo, como The Guardian, El País, The New York Times e The Washington Post.
Esses protestos acontecem em um contexto de tensão política, já que o julgamento de Bolsonaro está prestes a ser retomado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira, 9. O ex-presidente é acusado de crimes graves, que incluem tentativa de destruição do Estado Democrático de Direito e organização criminosa armada. Se condenado, ele pode enfrentar uma pena de até 43 anos de prisão.
Durante as manifestações, muitos dos participantes exibiam faixas que pediam apoio do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação ao governo e ao judiciário no Brasil. Frases como “América Salve o Brasil” e “SOS Trump” foram vistas, além de declarações que agradeciam a Trump por defender a democracia no país. Esses pedidos demonstram um desejo de intervenção internacional nas questões políticas brasileiras.
A polarização política no Brasil também foi destacada por veículos de comunicação como El País, que trouxe o título “Os dois Brasis se enfrentam nas ruas”. O jornal mencionou que muitos apoiadores de Bolsonaro já consideram uma condenação iminente e estão pensando no que fazer no dia seguinte, com a anistia como um dos principais temas discutidos nas manifestações. Essa ideia tem ganhado apoio entre parlamentares de direita, incluindo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
De acordo com o The New York Times, muitos manifestantes vestiam verde e amarelo e se concentraram em grandes cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. O jornal informou que cerca de 40 mil pessoas participaram apenas do protesto em São Paulo, um número que, embora significativo, foi considerado inferior ao que Bolsonaro costumava reunir em sua fase de maior popularidade, quando centenas de milhares chegavam a se unir nas ruas.
O The Washington Post também abordou os protestos, enfatizando que, mesmo às vésperas de uma possível condenação, Bolsonaro ainda mantém uma base significativa de apoio no Brasil. Imagens dos protestos mostraram que os apoiadores do ex-presidente superavam em número os manifestantes de oposição, reforçando a ideia de que sua influência política continua viva.
Além disso, o francês Le Monde destacou o descontentamento dos bolsonaristas com o juiz Alexandre de Moraes, que lidera as investigações sobre os eventos de 8 de janeiro. Declarando seu desprezo a uma multidão na Orla de Copacabana, o senador Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente, expressou sua indignação, comparando a condenação de seu pai a uma “segunda facada”, referência ao atentado que Jair Bolsonaro sofreu durante a campanha eleitoral de 2018.
