Impactos disso no mercado de petróleo

A ameaça de fechamento da hidrovia que conecta importantes países exportadores de petróleo já está impactando o mercado global. Especialistas alertam que qualquer bloqueio ou interrupção no transporte de petróleo pode resultar em um aumento significativo nos preços do petróleo bruto, afetando principalmente os países que importam a commodity, especialmente na Ásia.

Nos últimos dias, os custos de frete para navios que transportam petróleo e seus derivados na região têm subido consideravelmente. O transporte de combustíveis do Oriente Médio para o Leste Asiático aumentou quase 20% em apenas três sessões, até a última segunda-feira. Para a África Oriental, o aumento foi superior a 40%, conforme dados da Baltic Exchange.

Esses aumentos de frete refletem o fato de que grandes volumes de petróleo bruto produzidos por nações da Opep – como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Iraque – trafegam por essa rota. O Catar, um dos principais produtores de gás natural liquefeito no mundo, também é fortemente dependente desse estreito para suas exportações.

Os contratos futuros do petróleo fecharam em alta, com um aumento próximo de 3%, à medida que investidores consideraram a possibilidade de um envolvimento dos Estados Unidos em um conflito atual. No mercado, o contrato de petróleo Brent para agosto subiu 2,8%, fechando a US$ 78,85 o barril, após atingir uma máxima intradia de US$ 79,04, o nível mais alto desde janeiro.

Se as hostilidades diminuírem, mas sanções mais rigorosas forem impostas ao Irã, a produção mundial de petróleo poderia cair até 700 mil barris por dia, o que também impactaria o preço do Brent. A Oxford Economics indicou que, em um cenário de interrupção das exportações iranianas, o preço poderia chegar a US$ 90 por barril, e se ocorrer o fechamento do Estreito de Ormuz, o preço poderia alcançar até US$ 130.

Além disso, fontes navais relataram um aumento na interferência eletrônica que afeta a navegação na hidrovia e no Golfo. Essa situação preocupa, pois interfere nos sistemas de navegação de embarcações comerciais que transitam pela região, o que pode piorar ainda mais a situação do mercado de petróleo.