Vale a pena comprar abaixo do preço teto em 2025?

Investidores que acompanham o mercado de ações estão avaliando se as empresas com ações abaixo do preço teto atual representam uma boa oportunidade de compra. Neste contexto, três empresas estão em destaque: Petrobras (PETR4), Banco do Brasil (BBAS3) e BB Seguridade (BBSE3). As decisões dos investidores são influenciadas pelo cenário macroeconômico e pelas expectativas de pagamento de dividendos em 2025.
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Petrobras (PETR4): Aumento do petróleo e perspectiva de dividendos
Atualmente, a Petrobras está na mira dos investidores devido ao aumento do preço do petróleo, que é afetado por conflitos no Oriente Médio. Esta commodity, que estava cotada a cerca de US$ 75, voltou a subir, e analistas preveem que os preços podem crescer ainda mais, principalmente se o estreito de Ormuz, uma importante passagem de petróleo, for impactado.
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Com base nos resultados financeiros do primeiro trimestre de 2025, a Petrobras reportou um fluxo de caixa livre de aproximadamente R$ 26 bilhões. Considerando um payout de 45%, a empresa pode distribuir cerca de R$ 11,7 bilhões em dividendos nesse trimestre. Se essa tendência se mantiver, os dividendos anuais podem totalizar aproximadamente R$ 46 bilhões. Isso indica um dividendo estimado de R$ 3,60 por ação para o ano de 2025, sem incluir possíveis dividendos extraordinários que estão sendo discutidos para ajudar nas contas públicas.
Analistas indicam que, com um rendimento desejado de 10%, o preço teto da Petrobras estaria em torno de R$ 33 a R$ 34. Esse valor é considerado razoável para um dividend yield seguro, levando em conta o cenário de juros altos do Brasil.
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Entretanto, a Petrobras enfrenta riscos que merecem atenção:
- O risco geopolítico representa uma preocupação, uma vez que a continuidade ou o fim do conflito entre Irã e Israel pode afetar o mercado de petróleo.
- O governo está estudando a possibilidade de aumentar os dividendos das estatais, o que poderia impactar o caixa da Petrobras.
- O endividamento da empresa pode crescer se os preços dos combustíveis não forem ajustados de acordo com a alta do petróleo, reduzindo assim, o espaço para novos dividendos.
Banco do Brasil (BBAS3): Estabilidade e altos dividendos
O Banco do Brasil continua a ter um preço teto estimado em R$ 27. Essa avaliação é baseada no histórico de lucros da empresa, em seu payout consistente e na alta previsibilidade dos resultados financeiros.
Para 2025, as expectativas de dividendos são robustas. O banco é uma peça central na estratégia do governo para arrecadar recursos através de dividendos, e isso pode levar a pagamentos extraordinários. Historicamente, o Banco do Brasil tem pago dividend yields que variam entre 9% e 12%, um percentual que deve ser mantido, especialmente em razão da taxa Selic elevada, que beneficia a rentabilidade do setor bancário.
Porém, o Banco do Brasil também apresenta riscos:
- A intervenção governamental pode resultar em pressão por dividendos, afetando o reinvestimento do lucro.
- O risco fiscal pode aumentar se a situação econômica do país se deteriorar, levando o governo a intensificar a captura de lucros das estatais.
BB Seguridade (BBSE3): Oportunidade com a queda das ações?
Apesar de ter fundamentos financeiros sólidos, as ações da BB Seguridade recuaram após resultados trimestrais que ficaram abaixo das expectativas do mercado. Fatores como a alta da Selic e medidas fiscais, como o aumento do IOF, aliados à dependência dos canais do Banco do Brasil, contribuiram para essa queda.
Considerando um lucro por ação de R$ 1,00 por trimestre e um payout de 80%, o dividendo anual estimado é de R$ 3,20. Com as ações sendo cotadas a cerca de R$ 36, isso representa um dividend yield conservador de 8,9%. O mercado, no entanto, projeta dividendos ainda mais robustos, podendo alcançar R$ 4,00, o que aumentaria o yield para 11% e ajustaria o preço teto para até R$ 38.
Porém, a BB Seguridade deve considerar alguns riscos:
- Risco sistêmico, pois qualquer impacto que atinja o Banco do Brasil pode refletir nas operações da BB Seguridade.
- A alta da Selic pode encarecer o crédito e afetar a demanda por produtos financeiros e seguros.
Análise Final: Comprar abaixo do Preço Teto
Investir em ações que estão abaixo do preço teto não significa automaticamente que são uma boa compra. É essencial que o investidor avalie se há espaço na sua carteira para os setores em questão, a porcentagem já exposta e o nível de risco que está disposto a assumir.
Setores como petróleo, apesar de oferecerem altos dividendos, exigem cautela em momentos de instabilidade.
Sugere-se que os investidores considerem estratégias como destinar até 5% da carteira para petróleo, preferindo diversificação; até 10% para bancos, aproveitando os bons dividendos do Banco do Brasil; e até 8% para seguros, dado o modelo de negócios da BB Seguridade que se mostra resiliente em cenários adversos.
Petrobras, Banco do Brasil e BB Seguridade apresentam preços atrativos em relação ao seu preço teto para 2025. Entretanto, cada um desses ativos possui riscos que devem ser considerados em uma estratégia de investimento diversificada e alinhada ao perfil do investidor.
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