França, Bayrou critica Itália por dumping fiscal; resposta de Chigi

O primeiro-ministro da França, François Bayrou, fez declarações durante uma entrevista que levantaram polêmica entre os governos francês e italiano. A entrevista ocorreu em Matignon, residência oficial do primeiro-ministro, enquanto ele tentava encontrar um caminho para um consenso político antes de um voto de confiança que pode resultar na queda de seu governo.
Bayrou afirmou que os cidadãos franceses mais ricos poderiam deixar o país caso fossem aumentadas as taxas de impostos, sugerindo que já existe um “nomadismo fiscal” onde contribuintes se mudam para locais com taxações mais baixas. Ele também criticou a política fiscal da Itália, alegando que o país estava aplicando “dumping fiscal”, atraindo cidadãos franceses com impostos mais baixos.
Essa afirmação não passou despercebida e provocou uma reação imediata da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni. Em uma declaração pública, Meloni refutou as acusações de Bayrou, afirmando que a economia italiana é robusta, notando que o governo não está oferecendo incentivos fiscais não justificados. Ela citou que, sob sua gestão, a carga tributária sobre cidadãos que mudam para a Itália foi elevada. Meloni também pediu que a França se unisse à Itália em um esforço comum na União Europeia para combater os paraísos fiscais europeus que prejudicam a arrecadação italiana.
A resposta do governo italiano foi unânime. Após Meloni, a Lega, partido aliado, emitiu uma nota condenando as declarações de Bayrou como um ataque inaceitável ao país e seus trabalhadores. O vice-primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, também se manifestou, descrevendo as acusações como surpreendentes e erradas. Ele esclareceu que o progresso econômico da Itália não resultou de práticas de dumping, mas sim de estabilidade e política sólida.
Os comentários de Bayrou foram vistos como mais um desafio em um momento delicado, em que sua popularidade interna está em baixa. A situação reforça uma tensão crescente nas relações entre França e Itália, com implicações significativas para a cooperação econômica e política entre os dois países.