Flotilha parte de Barcelona na maior ação para romper bloqueio a Gaza

Uma frota de navios partiu de Barcelona rumo à Faixa de Gaza, trazendo ajuda humanitária e ativistas. Essa é a maior tentativa até agora de quebrar o bloqueio marítimo israelense sobre a região.
Israel tem intensificado sua ofensiva em Gaza, dificultando a chegada de alimentos e suprimentos básicos, especialmente em Gaza City. De acordo com especialistas em alimentação, a cidade se encontra em situação de fome, com metade da população enfrentando níveis críticos de desnutrição.
A Global Sumud Flotilla, que fez essa travessia, transporta alimentos, água e medicamentos. Os ativistas a bordo pedem passagem segura para entregar essa ajuda essencial e a abertura de um corredor humanitário. A guerra, que já dura quase 23 meses, causou a morte de mais de 63 mil pessoas, incluindo 332 palestinos que morreram por desnutrição, entre eles 124 crianças, conforme dados do Ministério da Saúde de Gaza.
Esse comboio é composto por cerca de 20 embarcações, e oriundo de 44 países, representa o maior esforço até o momento para romper o bloqueio que já perdura por 18 anos. Enviados de portos da Itália e Tunísia irão se juntar aos barcos na travessia, que segue pelo Mediterrâneo até Gaza.
Milhares de apoiadores se reuniram no porto de Barcelona para se despedir dos barcos, muitos vestindo kefias e gritando palavras de ordem como “Libertem a Palestina!” e “Boicotem Israel!”. Entre as embarcações, havia iates de luxo antigos e pequenas velas, incluindo um navio com mais de 100 anos, chamado Sirus.
Durante a saída, representantes informaram que até 70 barcos devem participar da etapa final da viagem, que está programada para chegar a Gaza entre os dias 14 e 15 de setembro.
Greta Thunberg, uma das ativistas mais conhecidas do movimento, destacou a importância da situação em Gaza em uma coletiva de imprensa, indicando que as pessoas ali estão sendo negadas das condições básicas para a sobrevivência.
Em dias futuros, também se esperam embarcações com ajuda humanitária provenientes de Gênova, na Itália. Não é a primeira vez que Thunberg tenta chegar às águas de Gaza; em junho, ela foi deportada por Israel durante uma outra tentativa.
Ela denunciou que Israel tem violado constantemente leis internacionais, atacando ou interceptando ilegalmente as embarcações em águas internacionais e bloqueando a ajuda humanitária. Essa é a quarta tentativa de romper o bloqueio marítimo este ano. Em tentativas anteriores, como a do barco Conscience, as embarcações foram atacadas, e outros ativistas foram detidos, tendo suas cargas confiscadas.
Antes do embarque, um vídeo foi exibido mostrando uma menina chamada Fatima, que morreu poucos dias antes, cantando enquanto planejava seu próprio funeral, levantando preocupações sobre as condições que as crianças enfrentam em Gaza. Um oficial israelense anunciou que em breve será reduzida a ajuda humanitária em partes do norte da faixa, à medida que as operações militares contra o Hamas se intensificam. A guerra começou em 7 de outubro de 2023, após um ataque do Hamas que resultou na morte de 1.200 pessoas em Israel, a maioria civis, e no sequestro de 251 indivíduos.