Uma flotilha composta por cerca de 20 barcos, que partiu de Barcelona com o objetivo de levar ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, enfrentou um incidente no início da manhã desta terça-feira, próximo à costa da Tunísia. De acordo com informações da própria flotilha, um de seus barcos foi atacado por um drone. No entanto, a Guarda Nacional da Tunísia negou a presença de drones na área.
No domingo, mais de mil pessoas recepcionaram a flotilha na Tunísia, onde ativistas, incluindo a ambientalista Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila, buscam “abrir um corredor humanitário” e acabar com a crise enfrentada pelo povo palestino em meio ao conflito entre Israel e Hamas.
Durante a madrugada de terça-feira, a organização Flotilha Global Sumud fez uma postagem nas redes sociais informando que um de seus barcos foi atingido e que a tripulação havia capturado um vídeo de segurança. Nas imagens, é possível ouvir um zumbido e, em seguida, um ativista gritar antes de uma explosão ser registrada. O barco estava cercado por outras embarcações e o fogo que se iniciou foi rapidamente controlado.
No porto de Sidi Bou Said, onde o barco estava ancorado, centenas de manifestantes se reuniram, gritando “Palestina livre”. A flotilha informou que todos os seis ocupantes do barco estavam seguros, mas relataram danos materiais e consideraram o ataque como uma tentativa de sabotar sua missão.
A Guarda Nacional da Tunísia emitiu um comunicado afirmando que “nenhum drone” foi detectado e insinuou que o incêndio poderia ter sido causado por um cigarro aceso. Segundo o porta-voz da Guarda, Houcem Eddine Jebabli, o barco estaria a aproximadamente 80 quilômetros do porto. Embora Thiago Ávila e outros ativistas tenham relatado a presença de um drone, Jebabli não corroborou essa informação.
A ativista Francesca Albanese, representante da ONU para os Territórios Palestinos, esteve presente no porto e compartilhou o vídeo no qual a tripulação identificou o drone. Ela comentou que, caso o ataque com drone seja confirmado, isso configuraria uma agressão contra a soberania da Tunísia.
A situação na Faixa de Gaza é alarmante, com a ONU tendo declarado estado de fome na região e alertado que cerca de 500 mil pessoas enfrentam uma situação “catastrófica”. A flotilha tem como meta chegar a Gaza para entregar ajuda humanitária, um intento que já havia sido frustrado em tentativas anteriores.
A partida do comboio da Tunísia para Gaza estava programada para quarta-feira, mas precisou ser adiada devido a condições meteorológicas e ao atraso da flotilha oriunda de Barcelona.
