Exame de corpo revela ausência de álcool e drogas em morto em Interlagos

O empresário Adalberto Amarilio dos Santos Junior, de 35 anos, foi encontrado em um buraco no autódromo de Interlagos, e os resultados iniciais do exame feito em seu corpo não mostram a presença de álcool ou drogas. Essa informação foi fornecida por fontes relacionadas à investigação.
Os exames toxicológicos envolvem a coleta de sangue, urina, conteúdo do estômago e, em algumas situações, líquido dos olhos. Os resultados contradizem o testemunho de Rafael Albertino Aliste, de 42 anos, amigo de Junior, que afirmou que ambos consumiram bebidas alcoólicas e maconha durante um evento de motos em Interlagos no dia do desaparecimento, 30 de maio.
Na quinta-feira, Rafael Aliste prestou um novo depoimento ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), mas não trouxe novas informações relevantes para o caso. A Polícia Civil considera a morte de Junior como um crime e aguarda os laudos dos exames para determinar os próximos passos da investigação. Os laudos, incluindo os que investigam a causa da morte e o sangue encontrado no carro do empresário, devem ser entregues na próxima semana.
Os peritos também estão elaborando um laudo anatomopatológico, que poderá revelar condições de saúde preexistentes. Para isso, foram coletadas amostras de órgãos como coração e fígado. Além da investigação de homicídio, a polícia também considera outras possibilidades, como ocultação de cadáver e omissão de socorro.
Uma das suposições é que Junior, após sofrer um acidente ou agressão, pode ter sido jogado vivos no buraco. Seu carro foi encontrado por familiares em um estacionamento no autódromo na manhã seguinte ao seu desaparecimento.
Cerca de 180 seguranças estavam de serviço no evento de motos em Interlagos, e alguns deles já prestaram depoimento. Outros vigilantes, incluindo aqueles que trabalhavam os kartódromos, ainda precisam ser ouvidos pela polícia. A delegada Ivalda Aleixo, do DHPP, sugeriu que uma das linhas de investigação inclui a possibilidade de Junior ter sido agredido por um segurança.
O exame inicial realizado no Instituto Médico Legal (IML) não constatou fraturas nem ferimentos visíveis no corpo de Junior, nem havia marcas ou lesões no pescoço. Entretanto, a polícia não descarta a possibilidade de que o empresário tenha sofrido um golpe conhecido como mata-leão.
Além disso, a Prefeitura de São Paulo, que não possui câmeras de segurança na área do autódromo, informou que a instalação de 50 câmeras deve ocorrer até o meio do segundo semestre, em um contrato assinado em fevereiro. Atualmente, a região ao redor do autódromo já conta com 60 câmeras do programa Smart Sampa. A responsabilidade pela instalação de câmeras de segurança em eventos do autódromo é dos organizadores.