EUA afirmam ter atacado locais nucleares no Irã

Uma operação militar conhecida como “Operação Martelo da Meia-Noite” foi realizada pelos Estados Unidos com o objetivo de atacar as instalações nucleares do Irã. De acordo com o general Dan Caine, chefe do Estado-Maior Conjunto, a missão envolveu voos de 18 horas e reabastecimento no ar. Detalhes sobre a operação foram divulgados durante um briefing no Pentágono logo após o ataque.

Os bombardeiros americanos partiram da base aérea de Whiteman, no estado do Missouri, por volta de 00h01 (horário de Brasília). Sob a cobertura da escuridão, os bombardeiros B-2 stealth estavam equipados com bombas projetadas para penetrar profundidades de até 18 metros de concreto.

O alvo principal era a instalação de enriquecimento nuclear de Fordo, que fica enterrada em uma montanha e é considerada o centro do programa nuclear iraniano. As informações do Pentágono indicam que a operação foi mantida em segredo, com o mundo, na verdade, focado em um aparente deslocamento de bombardeiros para o território americano de Guam, o que acabou sendo uma manobra de distração.

Os bombardeiros seguiram em direção ao leste com mínima comunicação e, ao chegar ao Oriente Médio, foram acompanhados por aeronaves de apoio para assegurar a proteção contra possíveis ameaças aéreas. Informações de oficiais americanos revelam que não houve resposta de caças iranianos nem disparos das defesas aéreas durante a missão.

Na sequência, mais de duas dúzias de mísseis de cruzeiro Tomahawk foram disparados de um submarino americano localizado no Mar Arábico em direção à instalação nuclear de Isfahan, que abriga cerca de dois milhões de habitantes. A operação foi descrita como um ataque coordenado a múltiplos alvos.

Os ataques aéreos começaram por volta das 18h40 (horário de Brasília), quando o primeiro bombardeiro despejou as bombas GBU-57, conhecidas por sua capacidade de penetrar profundamente. Ao todo, 14 MOPs foram lançadas em Fordo e em uma segunda instalação em Natanz. Com os mísseis atingindo Isfahan, os ataques ocorreram simultaneamente a cerca de 200 km de distância.

Após cerca de 25 minutos de ataque, todos os alvos foram atingidos, e os bombardeiros deixaram o espaço aéreo iraniano às 19h30 (horário de Brasília). No total, aproximadamente 75 armas guiadas de precisão e mais de 125 aeronaves foram utilizadas.

Enquanto autoridades americanas afirmam que a missão foi um sucesso, a real extensão dos danos e as consequências desse ataque ainda são incertas. O Irã confirmou os ataques, mas minimizou a gravidade das perdas e não forneceu uma descrição detalhada dos eventos.

Os especialistas observaram que, apesar do sucesso tático da operação, é difícil prever se isso resultará em uma desaceleração permanente do programa nuclear do Irã. O impacto total das bombas usadas e a profundidade que elas conseguiram alcançar nos locais ainda precisarão ser avaliados ao longo do tempo.