Entenda o estreito de Ormuz e sua importância estratégica

Iran está sendo observada por especialistas e líderes mundiais, pois há especulações de que o país possa retaliar os ataques dos Estados Unidos às suas instalações nucleares fechando o Estreito de Ormuz. Este estreito é considerado a rota de navegação mais movimentada do mundo, com aproximadamente 20% do petróleo e gás natural global passsando por lá. A interdição do estreito teria efeitos devastadores na economia mundial, potencialmente impactando o comércio internacional e elevando os preços do petróleo.
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O Estreito de Ormuz, localizado entre o Irã e os países do Golfo Pérsico, como Omã e os Emirados Árabes Unidos, é crucial para a exportação de petróleo. Com uma largura que varia entre 33 km e 50 km, o estreito é capaz de acomodar os maiores petroleiros do mundo. Estima-se que cerca de 20 milhões de barris de petróleo transitam pelo Estreito diariamente, somando quase 600 bilhões de dólares em comércio anual. A maior parte desse petróleo provém não apenas do Irã, mas de outros grandes produtores do Golfo, como Arábia Saudita e Iraque.
Um fechamento do estreito teria repercussões diretas nas economias de muitos países, especialmente na Ásia. Na verdade, esses países são os maiores importadores do petróleo que passa pelo estreito, com a China sendo uma das nações mais afetadas, já que 90% do petróleo iraniano vai para o mercado chinês. Caso o estreito fosse fechado, isso poderia aumentar os custos de produção globalmente, impactando o consumidor e contribuindo para a inflação.
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Historicamente, o controle do estreito está dentro das águas territoriais do Irã e de Omã. Isso significa que o Irã possui a capacidade legal de tentar bloquear o tráfego marítimo, uma ação que poderia envolver a colocação de minas ou ataques a navios comerciais. A marinha iraniana, incluindo a Guarda Revolucionária, poderia atacar embarcações, embora isso pudesse resultar em represália militar dos Estados Unidos.
Apesar de ameaças anteriores, o Irã nunca fechou o estreito de forma efetiva nas disputas anteriores. Entretanto, a situação atual com a crescente tensão entre o Irã e o Ocidente aumenta as dúvidas sobre a continuidade dessa tendência. A possibilidade de um bloqueio do estreito é considerada uma catástrofe econômica, especialmente para a Arábia Saudita, que depende do estreito para exportar cerca de 6 milhões de barris de petróleo diariamente.
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Embora haja preocupações internacionais, a China, um dos principais compradores de petróleo do Irã, pode intervir e usar sua influência diplomática para evitar uma escalada de tensões. Isso porque, tanto o Irã quanto a China têm muito a perder em uma interrupção do comércio de petróleo.
As nações da região vêm desenvolvendo rotas alternativas de exportação de petróleo como precaução contra a possibilidade de um fechamento do Estreito de Ormuz. A Arábia Saudita ativou seus oleodutos para transportar petróleo de forma mais direta, diminuindo a dependência do estreito. Essa diversificação pode permitir que uma parte da produção ainda chegue ao mercado, mas não garantirá a totalidade da produção afetada por um bloqueio.
Diante dessa complexidade, o cenário futuro permanece incerto. A dinâmica das relações geopolíticas e as interdependências econômicas tornam a situação desafiadora tanto para o Irã quanto para as nações que dependem do petróleo que passa pelo Estreito de Ormuz.
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