Elon Musk pode receber US$ 1 trilhão da Tesla, mas desafios existem

Elon Musk é a pessoa mais rica do mundo, com patrimônio de aproximadamente US$ 378 bilhões
Elon Musk, o homem mais rico do mundo desde maio de 2024, possui um patrimônio estimado em cerca de US$ 378 bilhões. Ele pode alcançar a marca de US$ 1 trilhão na próxima década, dependendo do desempenho da Tesla, a fabricante de carros elétricos da qual é CEO.
O conselho administrativo da Tesla planeja apresentar aos acionistas uma proposta para um novo pacote de remuneração para Musk. O plano, que foi revelado em 5 de setembro, sugere que o executivo receberá uma porcentagem da participação na empresa, sem salário ou bônus durante um período específico.
Para que Musk tenha direito a essa participação, são estabelecidas metas bastante desafiadoras. A principal delas é aumentar o valor de mercado da Tesla de US$ 1,09 trilhão, atual valor, para US$ 8,5 trilhões nos próximos dez anos. Isso significa que a Tesla precisaria superar a Nvidia, que atualmente é a empresa mais valiosa do mundo, avaliada em cerca de US$ 4,2 trilhões.
Outras metas do plano incluem a venda de 12 milhões de veículos elétricos, a obtenção de 10 milhões de assinaturas para o serviço de direção autônoma e o lançamento de 1 milhão de veículos autônomos conhecidos como robotaxis. Além disso, o plano prevê a venda de 1 milhão de robôs baseados em inteligência artificial e um aumento significativo nos lucros ajustados, que devem chegar a US$ 400 bilhões.
Caso Musk cumpra todas as condições estipuladas, o valor que ele receberá em ações pode representar cerca de 12% do valor de mercado da Tesla. Com a meta de US$ 8,5 trilhões, isso significaria um pagamento de mais de US$ 1 trilhão para Musk.
Robyn Denholm, presidente do conselho da Tesla, afirmou que manter Musk na liderança é fundamental para que a empresa se torne a mais valiosa da história. Ela explicou que o pacote de remuneração visa alinhar os interesses de Musk com os dos acionistas, mesmo que o executivo tenha outros interesses fora da companhia.
Ainda assim, essa proposta pode não ser bem recebida por todos os acionistas, especialmente considerando as controvérsias em torno de um plano de remuneração anterior, que gerou um ganho de US$ 56 bilhões para Musk em 2024, mas foi posteriormente contestado e anulado pela Justiça de Delaware.
Musk chegou a considerar deixar a Tesla, mas para resolver a situação, a empresa anunciou, em agosto, a concessão de mais 96 milhões de ações a ele. No entanto, alcançar as novas metas será desafiador. No último ano, o lucro ajustado da Tesla foi de US$ 16,6 bilhões, e a montadora já vendeu 8 milhões de veículos enfrentando uma concorrência crescente no setor de veículos elétricos.
Além disso, a Tesla ainda não comercializou seus robôs, está atrasada com a introdução dos robotaxis e tem um número baixo de assinantes para o serviço de carros autônomos. Musk não precisa cumprir todas as metas de imediato, pois o plano é dividido em etapas, com a possibilidade de liberação parcial das ações ao longo do tempo. A primeira meta de valorização é alcançar US$ 2 trilhões.
Musk deverá equilibrar o crescimento do valor da empresa com as metas financeiras ou de vendas para ter direito às ações. Se não conseguir dobrar o valor de mercado da Tesla em dez anos, perderá esses direitos. O plano também concede a Musk mais poder dentro da empresa, aumentando seu direito a voto. Ao fim do período de dez anos, quando ele terá 64 anos, Musk deverá participar das discussões para a escolha de um novo CEO.
Simultaneamente, o conselho da Tesla está considerando a aquisição de uma participação na xAI, uma ideia apoiada por Musk há algum tempo.