Com a aproximação das eleições, faltando menos de dois meses para o dia da votação, diferentes disputas estão em destaque. Elas incluem as eleições para prefeitos e governadores, além de um referendo sobre novos mapas eleitorais para o Congresso. À medida que os candidatos intensificam suas campanhas, a expectativa aumenta entre os eleitores.
Apesar de não haver candidatos à presidência nas urnas neste ano, algumas dessas eleições podem indicar como os americanos se sentem em relação a uma possível segunda administração de Donald Trump e sobre o futuro do Partido Democrata.
Um dos principais eventos a ser observado é a corrida pela prefeitura de Nova York. Nesta disputa, o deputado estadual Zohran Mamdani, um socialista democrático que se destacou por suas propostas progressistas e pelo uso eficaz das redes sociais, venceu as primárias democratas e é considerado o favorito. No entanto, ele enfrenta críticas em relação à viabilidade de suas propostas e suas opiniões anteriores sobre policiamento e Israel, o que faz com que alguns líderes proeminentes do Partido Democrata ainda não tenham declarado apoio a ele.
O ex-governador Andrew Cuomo, que renunciou em 2021 após ser acusado de assédio sexual, também está de volta, concorrendo como independente. Ele argumenta que sua experiência o torna a melhor opção para enfrentar Trump e ajudar a cidade. Desde a sua derrota nas primárias democratas, a recuperação de sua imagem tem avançado lentamente.
O atual prefeito, Eric Adams, anunciou que tentará a reeleição como independente após a absolvição de acusações de corrupção. Ele pede aos eleitores que lhe concedam mais quatro anos para continuar suas reformas na cidade, apesar de uma certa desconfiança por parte do eleitorado, que o vê como próximo de Trump.
Adams reafirmou seu compromisso de continuar na corrida eleitoral, mesmo diante de sugestões de que assessores de Trump estariam tentando convencê-lo a desistir. Curtis Sliwa, candidato republicano que se opôs a Adams nas eleições de 2021, também rejeitou pedidos para se retirar da disputa e se posiciona como um candidato acima do confronto político.
As corridas para governador em Virginia e Nova Jersey ganham atenção nacional. Estas são as únicas disputas para governadores do país neste ano e são vistas como indicadores do clima político para as eleições de meio de mandato em 2026. Em Virginia, a deputada democrata Abigail Spanberger, ex-oficial da CIA, enfrenta a vice-governadora republicana Winsome Earle-Sears. O vencedor se tornará o primeiro governador mulher do estado, o que é uma marca significativa para a política local.
Spanberger arrecadou mais de 27 milhões de dólares e recebeu apoio da Associação Benevolente da Polícia da Virginia, enquanto Earle-Sears representa um marco histórico como a primeira mulher negra eleita para um cargo estadual. Em Nova Jersey, a deputada democrata Mikie Sherrill e o ex-assembleísta republicano Jack Ciattarelli concorrem em um estado que não reeleger um partido consecutivamente desde 1961. Temas como acessibilidade e impostos são centrais nesta corrida.
Em outro ponto, habitantes da Califórnia votarão em novembro sobre a adoção de um novo mapa para o Congresso, que pode favorecer os democratas em cinco distritos. Esta medida é uma reação a mapas que favorecem os republicanos, aprovados no Texas. O governador da Califórnia, Gavin Newsom, que tem aspirações presidenciais para 2028, defende essa mudança como uma resposta necessária às manobras políticas de Texas. Críticos, incluindo o ex-governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, alegam que essa atitude prejudica a autonomia dos eleitores na escolha de seus representantes.
Além disso, diversas eleições especiais para preencher cadeiras abertas na Câmara dos Representantes dos EUA estão marcadas para este outono. No 11º distrito da Virginia, a eleição acontecerá em 9 de setembro, onde James Walkinshaw, democrata e ex-chefe de gabinete do falecido deputado Gerry Connolly, enfrentará o republicano Stewart Whitson, veterano do exército e ex-agente do FBI. Em 23 de setembro, o 7º distrito do Arizona realizará uma eleição após a morte do deputado Raúl Grijalva, onde sua filha, Adelita Grijalva, é uma das candidatas. Outros concursos para preencher assentos vagos ocorrerão em Texas e Tennessee nos meses seguintes.
